O cônsul americano Shane Christensen visitou Joinville na última quarta-feira, dia 13 de outubro, e fez um pronunciamento positivo sobre alinhamentos dos EUA e do Brasil em relação à crise climática.
O diplomata falou na abertura do evento “ESG – Perspectivas americanas e brasileiras”, realizado no Ágora HUB, com participação da GM e da Schulz, empresas associadas à ACIJ.
O presidente da ACIJ, Marco Antonio Corsini, participou do evento e elogiou o pronunciamento. “A mensagem mostra o quanto o Brasil está alinhado com a agenda ambiental e também destaca o papel do setor produtivo na articulação para o cumprimento das metas. Com parceria e diálogo, que fazem parte do DNA da ACIJ, vamos contribuir para esta relevante mobilização mundial”, afirmou.
Confira a seguir o que disse o diplomata americano
“Somos gratos por trabalharmos tão de perto com o governo de SC para desenvolvermos eventos e projetos significativos como este.
O presidente Biden colocou a mitigação da crise climática no centro da política externa dos Estados Unidos. Nosso país está empenhado em reduzir a emissão de gases que geram o efeito estufa em até 52% até 2030.
Estamos trabalhando com governo e empresas para uma transição de uma economia com base no carbono para uma economia com carbono zero.
Aplaudimos o compromisso do Brasil com o futuro neutro com carbono até 2050 e seu novo compromisso de impedir o desmatamento ilegal até 2030, assumido na cúpula que aconteceu em Washington DC em abril deste ano.
Estamos encorajados com o incentivo da comunidade empresarial ao governo brasileiro para que compartilhe uma estratégia viável para atingir este objetivo. Ao fazer isto, o Brasil continuará a incentivar o investimento e a expandir todos os setores da economia.
O setor privado, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, tem um poderoso motor de políticas voltadas para o futuro que não podem mais esperar para acontecerem. E confiamos que o setor privado ajudará os EUA e o Brasil a honrarem seus compromissos ambientais assumidos.
O compromisso do presidente Biden com o financiamento do clima na Assembleia Geral da ONU em setembro preparou o terreno para uma liderança ambiciosa na conferência das nações unidas sobre mudanças climáticas em novembro, em Glasgow.
O Brasil desempenha um papel de liderança na definição de metas ambientais globais e no avanço da agenda da COP 26.
O setor privado pode reforçar a necessidade de verificação com base científica e padrões de transparência para créditos de carbono, alavancando conhecimentos técnicos e financiamentos para um maior impacto nestas ações.
O enviado presidencial especial dos Estados Unidos para o clima, secretário John Kerry, tem conversado com países de todo o mundo para se comprometerem a reduzir as emissões globais de metano, que representam 17% do total de gases que provocam o efeito estufa.
Reduzir rapidamente as emissões de metano da energia, da agricultura e de resíduos pode alcançar metas de curto prazo em nossos esforços nesta década para uma ação decisiva. É considerada a estratégia mais eficaz para manter a meta de limitar o aquecimento a 1,5°C ao mesmo tempo que produz benefícios que incluem melhoria da saúde pública e da produtividade agrícola.
Das conversas de alto escalão às escolhas de estruturas de áreas nos negócios, espero que possamos concordar que governos e empresas devem trabalhar juntos para mitigar a crise climática.
No final do mês passado, a AMCHAM (parceira deste evento) publicou uma carta com o conselho empresarial brasileiro para o desenvolvimento sustentável que expressava o compromisso de mais de 100 lideranças empresariais do Brasil e dez organizações empresariais no combate às mudanças climáticas e em prol de uma economia de baixo carbono. Estamos animados com esta mensagem poderosa, que apoiamos totalmente.
Não há solução fácil para a crise climática. No entanto, existem muitas oportunidades para agirmos. Seja através do compromisso da GM em produzir apenas veículos elétricos ou do investimento da Schulz em atividades da comunidade local como o patrocínio da Escola do Teatro Bolshoi em Joinville, somos todos responsáveis. Importante que todos nós, na esfera pública ou na iniciativa privada, pensemos sobre como podemos fazer avançar as políticas para um futuro melhor.
Pode ser fácil para muitas pessoas não dar atenção à crise climática, mas quando olho em volta e vejo a desigualdade crescendo, eventos climáticos extremos e migrações relacionadas ao clima, sinto uma necessidade urgente de trabalhar com as ferramentas da diplomacia para criarmos um futuro melhor para nossos filhos!”