O teto do programa habitacional Casa Verde e Amarela deve ser reajustado ainda neste ano em Joinville.
A promessa foi feita pelo secretário Nacional de Habitação, Alfredo Santos, nesta quarta-feira, dia 26 de outubro, em evento promovido pelo SINDUSCON Joinville.
Realizado no Salão Nobre da ACIJ, o encontro contou com a participação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, e da economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.
Na oportunidade, foram discutidos temas como o desempenho do setor em 2022 e as perspectivas econômicas para o próximo ano.
Para justificar o pedido de aumento no teto do Casa Verde e Amarela, o SINDUSCON Joinville apresentou dados sobre a relevância da cidade para a economia, a queda no lançamento de empreendimentos do padrão econômico, o déficit habitacional na região e o potencial da indústria da construção civil na geração de emprego e renda.
“Essa questão do teto do programa Casa Verde e Amarela em Joinville será resolvida, porque está claro o desalinhamento em relação a outras cidades do mesmo porte. Ainda neste ano vamos apresentar a resolução ao Conselho curador com o objetivo de resolver a defasagem”, disse Alfredo Santos.
A estimativa do SINDUSCON Joinville é que o governo federal equipare o teto aprovado para o município, hoje em R$ 209 mil, ao valor praticado em cidades como Florianópolis e Curitiba (R$ 236,5 mil).
De acordo com o presidente do SINDUSCON Joinville, Carlos Lopes, esse novo enquadramento se justifica em função do porte e das demandas habitacionais da região.
“Esse descompasso nos valores do programa habitacional em comparação com outras cidades não apenas limita o lançamento de empreendimentos de padrão econômico em Joinville como compromete o acesso de uma significativa parcela da população à moradia”, afirmou Carlos Lopes.
Um levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Joinville revela que, entre 2019 e 2021, a queda no lançamento de empreendimentos voltados ao programa Casa Verde e Amarela foi de 16,67%.
Em número de unidades habitacionais, Joinville lançou, em 2021, 577 apartamentos que poderiam se encaixar no programa. No primeiro semestre de 2022 foram apenas 80 unidades.
Panorama nacional.
Na avaliação da economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, o cenário é favorável para a indústria da construção civil, que vem crescendo muito acima do PIB nacional.
“O desempenho do setor vem puxando o crescimento da economia brasileira e os indicadores têm surpreendido positivamente. Com a inflação em queda e a criação de mais de 2 milhões de novas vagas com carteira assinada até setembro, a projeção para 2023 é positiva”, analisou Ieda.
A relevância econômica e social da indústria da construção civil foi reforçada pelo presidente da CBIC, José Carlos Martins.
“Na pandemia, incorporamos 500 mil pessoas aos nossos quadros e isso não pode ser ignorado. A casa é um lugar de equilíbrio familiar, de segurança, uma referência para as famílias. Não ter a possibilidade de um lar gera problemas sociais. Nossa responsabilidade é muito grande e, por isso, reafirmo que a construção é a indústria do bem-estar social”, concluiu Martins.