O público presente (que também prestigiou o Espaço Empresarial do Grupo Meta) lotou o ambiente e infelizmente cerca de 50 pessoas tiveram que ficar de pé. O formato do evento aproximou os painelistas da platéia; e o tema, atual e urgente, chamou a atenção da classe empresarial.
Desindustrialização, Custo Brasil e Efeito China são assuntos de interesse global e que afetam direta ou indiretamente a vida de todos. Como destacou o vice-presidente Jaime Grasso, a cada novo produto importado, um emprego deixa de ser gerado no Brasil.
Aliás, outro ponto alto do painel foi o preparo e a coragem dos painelistas em dividir suas experiências e convicções com os demais participantes. Afinal, a avaliação do assunto exige uma postura crítica, diante do que vem sendo feito pelos últimos governos.
É inegável que o Brasil melhorou e muito, se compararmos esse momento com aquele de inflação descontrolada e galopante do fim dos anos 80 e início dos 90. Mas o modelo que aí está não se sustenta e exige correções de rota urgentemente. O Movimento Brasil Eficiente nasceu exatamente para propor essas correções, que vão desde a eficiência da gestão pública até a redução da carga tributária.
Os números comprovam que na média os índices de crescimento do Brasil estão aquém daqueles apresentados pelas principais nações em estágio de desenvolvimento semelhante ao nosso. Estudos mostram que produzir no Brasil é muito caro. Na comparação com Alemanha e Estados Unidos, muitos produtos feitos no Brasil tem custo final 36% superior, segundo estudo da Abimaq.
As comparações com a China são mais impressionantes ainda. Como advertiu o vice-presidente Ernesto Heinzelmann, o esforço para garantir infraestrutura lá é muito maior. Novos portos, aeroporto e rodovias são construídos a todo o momento, com qualidade e modernidade.
Nem a iminência de sediarmos a próxima Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016 faz com que o Brasil priorize adequadamente o tema. Enquanto investimos 2,2% do nosso PIB em infraestrutura, a India investe 5,6%, a Colômbia 5,8%, o Chile 6,2% e a China 7,3%.
Discutir abertamente essas questões, e se possível identificar e sugerir soluções, foi a proposta do painel. Ao conquistar esse objetivo, já começamos a desenhar a segunda edição, que tratará exclusivamente do tema Infraestrutura. Aguarde!