A sede da Associação Empresarial de Joinville – ACIJ – transformou-se num grande centro de inteligência portuária na manhã do último dia 8 de novembro. O motivo foi o encontro de lideranças do setor portuário e de empresários e especialistas de comércio exterior para participar do painel “Desafio dos Portos de Santa Catarina e do Paraná. O evento foi promovido pelo Núcleo de Negócios Internacionais (NNI) da ACIJ.
Com a mediação da presidente do NNI, Renata da Rosa, o painel contou com a participação de Alesandro Zen, gerente comercial da Portonave; Cleverton Vieira, presidente do Porto de São Francisco do Sul; Patrícia Brentano, gerente comercial do Porto Itapoá; Marcus Vinicius dos Santos, diretor jurídico da Portos do Paraná; e Nicolas Jolivet, professional background da H. J. Schryver & Co.
A infraestrutura de rodovias e a dragagem de acessos aos portos foram os principais desafios mencionados pelos participantes do painel.
Os representantes do Porto Itapoá e do Porto de São Francisco do Sul lembraram que há várias ações do Governo do Estado em parceria com a iniciativa privada para acelerar soluções para os gargalos rodoviários de Santa Catarina. E destacaram que, na visão dos dois terminais, o ponto mais importante é a dragagem de acesso aos portos, que precisaria entre de 16 a 17 metros de profundidade e hoje está em 11,8 a 12,8 metros.
O representante da Portonave comenta as conexões rodoviárias de Norte a Sul pela BR-101 e de Leste a Oeste pela BR-470 são motivos de preocupação, mas reforça que a maior fragilidade está ligada à baía de evolução que dá acesso ao cais do porto de Navegantes. Este problema faz o Estado ser menos atrativo para armadores que precisam enviar dois navios de 10 mil contêineres ao invés de enviar apenas um navio com capacidade para 18 mil contêineres, por exemplo.
O dirigente da estatal portuária paranaense afirmou que, com a concessão da BR-277 à iniciativa privada, a via de acesso rodoviário ao porto de Paranaguá ganhará uma terceira faixa. Para o modal ferroviário, o porto passará a contar com um “moegão”, que centralizará o descarregamento de trens, aumentará a capacidade de receptivo de vagões e diminuirá o tempo de descarregamento e as passagens de nível.
No encerramento do encontro, a presidente do NNI, Renata da Rosa, agradeceu e elogiou os painelistas, que abriram espaço em suas concorridas agendas de trabalho para debater desafios e oportunidades. “Vimos hoje o mantra do associativismo movendo os painelistas: ao invés de se enxergarem como concorrentes, compartilharam melhores práticas e destacaram como a proximidade entre os terminais fortalece o ecossistema portuário da nossa privilegiada região”, concluiu Renata.