Portas fechadas: quatro em dez empresas abertas no Brasil não sobrevivem dois anos. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, das 464 mil empresas abertas em 2007, 111 mil fecharam as portas com até dois anos de funcionamento. Os dados, divulgados hoje (14/9), são do estudo Demografia das Empresas 2009, que avaliou o cenário de abertura, desempenho e falência dos negócios naquele ano.
Segundo a pesquisa, a taxa de sobrevivência no primeiro ano das empresas foi de 76,1%. Ao fim do segundo ano, o índice foi de 61,3%. Do total de negócios fechados, a maior parte é formada por micro e pequenas empresas. “Existe uma relação direta entre o porte das empresas e a taxa de sobrevivência”, afirma o estudo. Daquelas que não têm funcionários, 67% venceram a barreira dos dois anos. O índice sobe para 89% nas que empregam entre uma e nove pessoas. Das empresas com mais de 10 funcionários, 96% sobreviveram.
A pesquisa também apurou o nascimento dos negócios no Brasil. Em 2009, segundo o IBGE, havia 4,3 milhões de empresas ativas no país. Desse total, 3,3 milhões já estavam no mercado havia mais de dois anos, o que corresponde a 77,8%. O restante – cerca 946 mil, ou 22,2% – representa empresas recém-criadas. No mesmo período, o número de companhias que fecharam foi de 755 mil, o que corresponde 17,7% do universo de empresas nacionais.
As micro e pequenas empresas formam a maioria dos negócios recém-abertos – 79,9% não tinham empregados e 18,4% empregavam entre uma e nove pessoas. O mesmo fenômeno se percebe no fechamento das empresas. Em 2009, 88,5% dos negócios encerrados não tinham empregados e 10,8 tinham até nove colaboradores. O estudo conclui que 98,3% das empresas que entraram no mercado e 99,3% das que saíram do mercado, em 2009, tinham até nove pessoas assalariadas.
Apesar do percentual relativamente alto de empresas fechadas, o saldo é positivo em relação a 2008, ano anterior ao da pesquisa. Em 2009, o número de negócios em funcionamento no Brasil foi 4,7% maior que o do ano anterior.
Os números do IBGE são semelhantes aos divulgados pelo Sebrae-SP, que fez a pesquisa mais recente de sobrevivência das empresas, em 2010. Segundo o órgão, 73% das empresas conseguem passar do primeiro ano e 63% sobrevivem ao segundo ano.
FONTE: REVISTA PEQUENAS EMPRESAS, GRANDES NEGÓCIOS