Diante das presenças ilustres do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Marco Antonio Raupp, do governador Raimundo Colombo, do senador Luiz Henrique da Silveira e do prefeito Udo Döhler, entre outros, os governos federal e estadual celebraram uma série de contratos e convênios que visam estimular a inovação e o desenvolvimento tecnológico e empresarial em Santa Catarina.
São recursos expressivos, que devem resultar em importantes avanços e grandes oportunidades para nossas empresas. Junto com a educação, os investimentos em tecnologia e inovação se mostram fundamentais para que nossa economia possa dar um passo à frente.
Santa Catarina, aliás, como 6ª força econômica nacional (uma posição expressiva se considerarmos o tamanho do Estado), parece viver um paradoxo.
Ao mesmo tempo em que exibe empresas de classe mundial, líderes em seus segmentos, com desempenhos dignos do PIB chinês, o Estado mantém índices terceiro mundistas em quesitos fundamentais como saúde pública, educação e infraestrutura.
Não se pode admitir, por exemplo, que sua maior cidade tenha uma crise permanente de falta de leitos, falta de serviços essenciais de saúde e atendimento bastante limitado em seus hospitais e postos de saúde.
Lamenta-se, também, que a cada fevereiro tenhamos centenas de pais apreensivos e crianças frustradas, porque não conseguem retornar as aulas, simplesmente porque a sua escola está interditada por falta de manutenção mínima.
Não é aceitável, embora se reconheça diversos esforços, que Joinville tenha rodovias superlotadas, aeroporto precário e artérias vitais da cidade ainda em pista simples, esburacadas e com sinalização deficitária.
Diante de tamanho paradoxo, temos que refletir de forma serena, profunda e com extrema autocrítica, para identificar onde estamos falhando, quem está negligenciando, onde estão as origens de tantos problemas, numa região que se imagina rica e farta de recursos e possibilidades?
Se o governo, que é o extrato as sociedade, não está fazendo a sua parte, a culpa é somente do governo? Estamos cobrando e fiscalizando da melhor maneira? Estamos contribuindo para ser parte da solução, além de identificarmos os problemas?
Sem querer achar culpados, o que queremos é achar soluções, respostas e construir para achar os caminhos para uma cidade e um Estado melhor, a altura daquilo que sabemos que podemos ter. E que temos que fazer ainda mais por merecer.