O Banco Central (BC) anunciou na sexta-feira passada, dia 28, mais medidas para estimular a economia. Dessa vez, o setor de crédito será o beneficiado. Entre as medidas, uma delas é o aumento da porcentagem do depósito compulsório que os bancos comerciais poderão retirar do Banco Central para realizar novos empréstimos. Anteriormente, esse percentual era de 36%, agora, com a nova medida, passa a ser de 50%. Segundo, o BC essa resolução injetará na economia R$ 30 bilhões.
Para as empresas, foi ampliado o limite de crédito que os bancos podem ter com cada companhia de R$ 600 mil para R$ 1,5 milhão, alocando menos capital próprio. Essas empresas têm sofrido com escassez de crédito. Por fim, os bancos poderão reduzir a quantidade de capital alocado em suas operações de crédito conforme o empréstimo for pago. A medida vale para consignado, financiamento de veículos e outras modalidades de empréstimos de longo prazo voltados ao consumo.
Medidas positivas
Para a Fecomércio, tais medidas adotadas pelo BC são consideradas positivas, já que um panorama recessivo vem se desenhando na economia brasileira e as perspectivas da inflação no segundo semestre, concentrada mais no setor de serviços, diminuíram. Por outro lado, não existe risco de superendividamento das famílias, que tem situação financeira segura e risco sobre o emprego praticamente nulo em 2014.
Entretanto, é necessário haver ponderação sobre o potencial de impacto das medidas, pois a liberação de mais recursos da autoridade monetária para os bancos concederem na forma de crédito pode ser prejudicada devido aos elevados juros da economia brasileira. Neste cenário, os bancos podem preferir alocar esses novos recursos em títulos públicos, que oferecem menos risco, com uma alta remuneração, justamente pelo alto nível dos juros no Brasil. Ademais, o problema da oferta de crédito no Brasil também se dá pela expectativa de que tenhamos uma piora do cenário econômico em 2015, fazendo com que os bancos venham precificando esse agravamento do cenário através do aumento dos juros, da ampliação das exigências nos empréstimos e da piora nas condições de pagamento.