Comitê de Política Monetária (Copom) revelou que suas projeções para a inflação mostraram algum alívio em 2014, mantiveram-se estáveis para 2015 e indicam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltará para a meta do governo apenas em 2016.
Essas informações constam da ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central. No cenário de referência, segundo o documento, a projeção para a inflação de 2014 diminuiu em relação ao valor considerado na reunião anterior, mas permanece acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O mesmo movimento foi visto na estimativa para a inflação dentro do cenário de mercado, que leva em conta as trajetórias de câmbio e de juros coletadas com analistas de mercado, no período imediatamente anterior à reunião do Copom: a projeção de inflação para 2014 diminuiu em relação ao valor considerado na reunião de julho, mas também permanece acima da meta.
Para 2015, em ambos os cenários, as projeções de inflação se mantiveram estáveis, e continuam acima da meta, conforme a ata. “Nos trimestres iniciais de 2016, as projeções indicam que a inflação entra em trajetória de convergência”, indica o documento.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de junho, o BC informou que a expectativa de inflação ao final de 2014, pelo cenário de referência, era de 6,4%, embora já considerasse os juros em 11% ao ano. No cenário de mercado, a projeção do RTI para o final de 2014 era também de 6,4%.
Câmbio
O BC também mudou sua premissa para o câmbio de R$ 2,20 para R$ 2,25 pelo cenário de referência. O valor considerado para o dólar está próximo ao valor negociado no dia em que o colegiado decidiu manter a Selic inalterada em 11% ao ano, quando o dólar fechou em R$ 2,2350. No mercado futuro, o dólar para outubro fechou no dia da reunião do Copom, na semana passada, em R$ 2,2535. Para a taxa básica de juros, foi mantido o valor de 11% ao ano.
Superávit
O BC voltou a informar, no trecho da ata que fala sobre a avaliação prospectiva das tendências de inflação, que considera como indicador fiscal o superávit primário estrutural que deriva das trajetórias de superávit primário, tanto para 2014 quanto para 2015, conforme parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano e no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2015. “Dessa forma, em determinado período, o impulso fiscal equivale à variação do superavit estrutural em relação ao observado no período anterior”, diz o documento.
Fonte: Diário Catarinense