O setor de serviços registrou crescimento nominal de 6,4% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2013, segundo dados divulgados nesta terça-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Em agosto, o indicador havia ficado em 4,5%, e em julho, em 4,6%. No ano, o indicador acumula alta de 6,6% e, em 12 meses, de 7,1%.
“Foi uma recuperação bem substancial em relação aos dois meses (julho e agosto). Na verdade, os meses de agosto e junho foram os menores da série (que teve início em 2012). Então, foi uma recuperação bastante satisfatória de praticamente dois pontos percentuais”, analisou Roberto Saldanha, técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE.
De acordo com o IBGE, os serviços prestados às famílias cresceram 7,7%; os serviços de informação e comunicação, 2,7%; os serviços profissionais, administrativos e complementares, 11,1%; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, 6,5%; e outros serviços, 9,0%.
“O rendimento está crescendo, mas teve uma taxa menor. Esse é um dos fatores que contribuíram para essa retração nos serviços prestados às famílias [que passou de 9% para 7,7%]”. Segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego, o crescimento do rendimento foi de 1,55% de setembro de 2014 em comparação com setembro de 2013. “A taxa de juros também afeta o consumo, hoje está no patamar de 11%, mas esse crescimento menor no rendimento médio real é um dos fatores que contribui para que esse consumo de serviços seja menor”.
Saldanha explicou, no entanto, que o peso é dos serviços prestados às famílias é pequeno. “Apesar de ter tido participação menor, ele não afetou muito o crescimento do setor de serviços”, disse.
O resultado deste mês foi pressionado principalmente pelo avanço nos serviços de informação e comunicação e dos transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio.
“Nós tivemos boa recuperação nos serviços de informação e comunicação, teve crescimento de 2,7%, e por ser o setor que mais pesa, ele é um dos que mais contribui para que o índice geral tenha esse crescimento de 6,4%”, completou.
“Serviço de informação e comunicação teve boa recuperação. Esses serviços tiveram uma maior demanda por parte das empresas desses serviços. O motivo [do crescimento] é esse”. “De uma certa forma, isso sinaliza um certo aquecimento”. Ele descartou, no entanto, que o crescimento dos serviços de informática e telecomunicação esteja relacionado ao fim de ano, ao contrário do setor de transportes.
A respeito do crescimento do setor de transportes, Saldanha explicou que “setembro e outubro são os meses em que as indústrias começam a aumentar sua produção para atender o período do Natal. Então, começam a demandar mais matérias primas para aumentar sua produção”.
Saldanha afirmou ainda que o setor de transporte aéreo voltou aos “níveis normais” após recuo durante a Copa do Mundo. “Também vimos recuperação no transporte aéreo, que na verdade, voltou aos seus níveis normais, após o período da Copa do Mundo. Tanto os voos de negócios quanto lazer.”
Com maior peso na formação do indicador geral, os serviços de informação e comunicação registraram crescimento na composição relativa da taxa, passando de 13,3% em agosto para 14,1% em setembro. Os transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com peso de 30,7%, aumentou sua participação relativa de 22,2% para 32,8%.
Na análise regional, as maiores variações ocorreram no Distrito Federal (20,6%), Ceará (11,8%) e Tocantins (11,0%), seguido por Rio Grande do Norte (1,0%), Minas Gerais (1,3%) e Piauí (1,4%). Apresentaram variações nominais negativas Roraima (-1,8%), Mato Grosso (-1,1%) e Amapá (-1,0%).
No trimestre
No terceiro trimestre, o crescimento do setor de serviços ficou em 5,1% frente ao mesmo período de 2013.
“Essa recuperação de setembro ela não foi suficiente para aumentar o indicador trimestral. Então, esse índice trimestral foi muito afetado por julho e agosto e teve crescimento muito baixo, o menor da série.”
Os serviços prestados às famílias tiveram aumento de 7,4%; os serviços de informação e comunicação, 2,2%; os serviços profissionais, administrativos e complementares, 8,6%; os transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, 4,8%; e outros serviços, 9,3%.
Fonte: G1