Na última reunião do Conselho Deliberativo da ACIJ, o Senador Luiz Henrique da Silveira proferiu oportuna palestra onde reflete a real situação do Brasil, causas da estagnação econômica, crise de credibilidade, pouco crescimento, perda de competividade, PIB em baixa, inflação em alta, corrupção – segundo o Senador Pedro Simon, diante do que estamos vendo na Petrobrás, o que aconteceu no governo Collor deveria ser remetido para o juizado de pequenas causas – e assim por diante.
Esse cenário remete a uma queda sequencial durante quase todo o ano da produção industrial, o que indica que já temos desemprego à vista e ele crescerá se medidas urgentes não forem tomadas.
O Brasil não cresce por absoluta falta de investimentos. Carecemos das mais elementares obras de infraestrutura, tanto que ainda não aprendemos a tirar as fezes do centro das cidades. Investimos algo em torno de 2,5% do PIB e nada crescemos. Já investimos, no passado, 10% do PIB e crescemos 7% ao ano. Parece-nos que a receita já é conhecida e carecemos de atitude. Na nossa modesta opinião, o empresário já investiu o suficiente e agora quem deve investir é o governo, seja ele federal ou estadual.
Melhorar as estradas, ferrovias, portos, saneamento, educação, saúde é mister. Reduzir a intromissão do Estado na economia e na vida das empresas é imperioso. Essa intromissão se dá na nossa rotina, através da burocracia, dos excessivos controles, das repelidas Normas Reguladoras que fazem máquinas e equipamentos que são referência no mundo inteiro se tornar inadequadas ao uso no Brasil.
No campo das relações trabalhistas, é preciso entender que empresas e colaboradores são perfeitamente capazes de estabelecer um relacionamento saudável sem que o Estado tenha que tudo tutelar. Há sindicatos que defendem tanto os interesses de um lado como de outro. Urge que se atualize e se customize as realidades regionais à legislação trabalhista.
Por fim, entendemos como altamente pertinente a sugestão do Senador quando propõe que parte da dívida dos estados para com a União seja revertida em investimentos. Numa palestra que demos recentemente na Associação Empresarial de Caxias do Sul sugerimos que isso fosse feito com parte dos juros e já seria suficiente. Tem toda razão o Senador. Nossa classe empresarial continua acreditando e investindo. Por enquanto.