Os dados do mercado de trabalho do turismo em Santa Catarina revelam que os trabalhadores do setor obtiveram, entre 2007 e 2013, um aumento significativo do salário médio real (47,6%), bem acima da média dos demais setores (25%), muito por causa da busca pela qualificação profissional. A constatação foi feita através de levantamento da Fecomércio SC através das informações divulgadas no Cadastro Geral de Empregos (Caged).
Em 2007, apenas 36,8% dos trabalhadores no setor turístico tinham o ensino médio completo. Seis anos depois, o número passou para 52,8%. No mercado de trabalho em geral, a participação desses trabalhadores passou de 34,4% para 47%, registrando um avanço significativo de 12,6 pontos percentuais no mesmo período, porém, menor que o do setor de turismo, de 16 p.p. Dentre os trabalhadores do turismo que têm ensino superior completo, o percentual passou de 2,7% em 2007 para 4,3% em 2013.
Segundo os dados do Caged compilados pela Fecomércio SC, dos 85 mil trabalhadores empregados no setor turístico, 20,6% têm entre 18 e 24 anos – na média total do mercado de trabalho catarinense, essa proporção é de 19,6%. No setor turístico, os que têm entre 30 e 49 anos representam 46,2% do total.
O Vale do Itajaí concentra a maior parte dos trabalhadores do turismo em Santa Catarina em 2013 (31,3%), seguida de perto pela Grande Florianópolis (30,2%). Resultado fácil de compreender, já que em ambas as regiões se encontram os principais destinos turísticos de Santa Catarina: Balneário Camboriú e a Ilha de Santa Catarina. A carga horária da maioria dos trabalhadores (86,2%) contratados corresponde à legislação brasileira de 44 horas semanais. Em seguida, aparecem os trabalhadores que trabalham entre 31h e 40h, com 7,9%, e os que trabalham entre 21h e 30h (3,4%).
Para mensurar a sazonalidade do setor foi comparado o saldo líquido de vagas (diferença entre admissões e demissões) do setor durante agosto de 2013 e julho de 2014 – um período de 12 meses – e entre somente os meses ditos de alta temporda, entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014. As regiões que mais sofrem com a sazonalidade são, naturalmente, as que concentram a maior parte da mão de obra empregada no setor: Vale do Itajaí e Grande Florianópolis.
Nos meses de alta temporada, essas regiões criaram 1.104 e 1.240 respectivamente, enquanto que, na soma geral do ano, o Vale do Itajaí criou apenas 219 vagas no setor e a Grande Florianópolis viu uma perda líquida de -165 vagas. O resultado geral no Estado, entre os meses de novembro de 2013 e fevereiro de 2014, é muito melhor (3.292 vagas) do que quando comparado com um período completo de 12 meses (970 vagas), configurando uma alta sazonalidade no setor, que deve ser minimizada por meio de um plano sustentado de turismo.
Fonte: Economia SC