A taxa de desemprego ficou em 6,8% no trimestre encerrado em janeiro de 2015, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice ficou acima do registrado no mesmo período de 2014, quando chegou a 6,4%, e superior diante do trimestre encerrado em outubro, de 6,6%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que substituirá a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e passa agora a ser divulgada mensalmente.
“A taxa sobe porque você tem aumento de pessoas procurando trabalho e tem nesse período redução do número de pessoas ocupadas”, explicou coordenador da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O rendimento médio dos trabalhadores, divulgado pela primeira vez nessa pesquisa, ficou em R$ 1.795,53 entre novembro do ano passado e janeiro deste ano. No trimestre encerrado em outubro, o rendimento médio atingiu R$ 1.777,66. A Pnad ainda não tem dados por atividade.
Em relação a janeiro do ano passado, Cimar afirmou que houve aumento de “poder de compra real”. “Embora descontado da inflação, embora tivesse aumentado, não consigo identificar em qual grupamento e atividade o rendimento aumentou. E nós acreditamos que isso vai ser possível futuramente. E tenho que ver que grupo de atividades mais variou a renda.”
O indicador de desemprego de janeiro calculado pela Pesquisa Mensal de Empresao (PME) e divulgado no final do mês anterior ficou 5,3%.
De acordo com a Pnad, a população desocupada cresceu: de 6,6 milhões para 6,8 milhões de pessoas, enquanto a população ocupada mostrou estabilidade, ficando estacionada em 92,7 milhões.
Em comparação com janeiro de 2014, houve aumento de 1,301 milhão de pessoas fora da força de trabalho. “Um aumento de 2,08%. Isso é significativo.”
“Houve um também aumento da população ocupada, mas o aumento da população desocupada – ou seja, houve substancialmente o número de pessoas procurando trabalho – sobrepôs fazendo a taxa subir significativamente tanto quando você faz a comparação de janeiro com o período anterior, como janeiro em comparação com janeiro do ano passado”, explicou Cimar.
“A pesquisa não identifica na verdade se foi demissão ou não, mas o que levanta é que a população ocupada aumenta, a gente não consegue nesse momento qualificar o aumento, se foi com carteira, menos remuneradas. Se é para compor rendar familiar, isso preciso de informações completas da Pnad Contínua que será divulgado em maio desse ano”, completou.
O nível de ocupação – indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar – atingiu 56,7%, um pouco abaixo dos 56,9% do trimestre anterior.
“Caiu o número por quê? Porque o número de postos de trabalho foi inferior à capacidade de pessoas com idade ativa para trabalhar, por isso, o nível de ocupação cai”, afirmou Azeredo.
Metodologia
Segundo Cimar Azeredo, mensalmente foram analisados 70.464 domicílios. Em três meses, 211 mil residências ao todo. De acordo com o IBGE, um domicílio é visitado cinco vezes com intervalo de dois meses entre uma visita e outra, ou seja, uma única vez no trimestre, sendo cinco trimestres.
“A coleta de janeiro fechou logo após o carnaval. A equipe se juntou, apurou a pesquisa toda, e o início de março começou as análises de dados. Juntamos esses três meses e produzimos esse indicador que foi calculado em janeiro com base nos últimos três meses”.
De acordo com o IBGE, um domicílio é visitado cinco vezes com intervalo de dois meses entre uma visita e outra, ou seja, uma única vez no trimestre, sendo cinco trimestres.
“Hoje você tem hoje o mercado representado pela Pesquisa Mensal de Trabalho, restrito seis regiões metropolitanas, o que a gente está vendo aqui são indicadores de uma pesquisa nacional, que pega área urbana, rural, inferior. (…) Estamos tendo na Pnad um retrato bem mais nítido da situação do mercado de trabalho do país com a Pnad Contínua”, garantiu Azeredo.
Fonte: G1