Há alguns dias os jornais locais noticiaram que carros fortes que estariam iniciando a descida da Serra Dona Francisca retornaram e tomaram caminhos alternativos com medo de assaltos.
Noticiam também que se algum veículo com carga perigosa tombar na região, a cidade de Joinville corre o risco de ficar até sessenta dias sem água, tempo necessário para a descontaminação da bacia do Cubatão, já que não conta com reservatórios volumosos.
No outro dia, empresário de São Bento do Sul foi assaltado no pé da Serra e somente depois de uma hora conseguiu se comunicar. Isso sem contar a grande tragédia que ceifou muitas vidas. Ações precisam ser tomadas.
Uma dessas ações será apresentada nesta segunda-feira na ACIJ, pela Secretaria de Meio Ambiente, que aborda a questão das cargas perigosas e seus impactos. São ações fundamentais e tem o nosso apoio.
Porém, há um outro tipo de perigo permanente na rodovia que não veio a tona nesse momento: a absoluta falta de comunicação ao longo da Rodovia que serpenteia a Serra Dona Francisca a torna também muito frágil sob o ponto de vista da segurança pessoal (integridade física) e do patrimônio dos cidadãos.
Não são poucos os relatos de moradores e proprietários de imóveis naquela região que já foram assaltados ou roubados (com violência ou furtivamente).
O mesmo ocorre, com lamentável frequência, com os motoristas que precisam trafegar pela SC-418 e que tem seu veículo abordado por marginais. Às vezes perdem somente alguns pertences, às vezes perdem o carro e por pouco não perdem a vida.
Muitos já buscam alternativas, pela estrada de Corupá ou mesmo por Curitiba, porque não se sentem seguros na Serra Dona Francisca.
O problema reside no “buraco negro” que existe desde o pé da serra até a chegada em Campo Alegre. Simplesmente não há sinal de rádio ou celular, o que torna o trecho um perigo sob todos os aspectos. Sem comunicação, a proteção, a prevenção e o atendimento a qualquer tipo de sinistro se torna muito mais difícil.
A Polícia Militar vem solicitando providências nesse sentido, sem sucesso, já que o Comando sequer consegue se comunicar com seus comandados, quando em atividade na região da serra Dona Francisca. Não é só de melhoria física que precisa a rodovia, mas de cuidados com o cidadão também.
É urgente, portanto, que Joinville se mobilize para reivindicar melhor sinalização e iluminação e ainda um sistema de comunicação que não deixe os motoristas a mercê da sorte, numa viagem que teria tudo para ser, além de simples, muito agradável.