Temos acompanhado as negociações salariais com alguma preocupação, à medida em que os sindicatos podem estar perdendo de vista o principal ativo neste momento: preservar os empregos.
Neste ano, as empresas tem sido atropeladas com aumentos de custos fora de todos os padrões admissíveis. Forte aumento do custo da energia, combustíveis, de impostos e a retirada de alguns incentivos fiscais. Tudo isso tem causado um significativo aumento dos custos industriais.
A isso se somará o ajuste dos salários, produto das negociações coletivas típicas desta época do ano. Todos nós sabemos que os custos que foram imputados às empresas irão se refletir, em parte, no custo final dos produtos e afetará, obviamente, os próprios empregados.
A preocupação reside no fato de que a indústria perdeu folego durante todo o ano de 2014, situação que perdura ainda no ano de 2015 e a somatória de todos estes custos não poderá ser repassada ao produto final, até pela queda nas vendas já existente.
Aumentos de preços não serão assimilados pelo mercado. Algumas indústrias já falam (outras realizam) em demissões, por força da perda de vendas. Todos sabem dos direitos dos trabalhadores e eles são legítimos, já que são os verdadeiros sócios do negócio. Entretanto, esses custos que foram compulsoriamente repassados às empresas, acabaram dificultando muito as coisas.
Neste momento, pensamos que os sindicatos, dos trabalhadores e patronais, devem ter a consciência de que o maior ativo do trabalhador não é discutir percentuais que devem ser negociados nos aumentos salariais, mas garantir os empregos. Esse é o ponto principal que não deve ser deixado de lado.