Não se fala em outra coisa no Brasil. A crise ocupa grande parte do nosso tempo e é alimentada diariamente pelas notícias negativas que sobressaem nos meios de comunicação. Nós mesmos nos alimentamos diariamente falando da crise. É chegada a hora de mudar esse discurso, já que somos responsáveis por formar opinião e criar humores.
A economia está em crise, mas e daí? Já passamos por muitas crises – elas são cíclicas –, as vencemos e, na maioria das vezes, delas saímos mais fortes do que quando nelas entramos. Temos que aproveitar essas oportunidades para fazer a lição de casa, queimar as inevitáveis gordurinhas, eliminar o que é supérfluo, aprimorar nossos produtos, nossa logística, nossa performance.
Na crise, enxergamos melhor nossas empresas, e as vemos exatamente como são, já que nossos defeitos não estarão camuflados por um mercado comprador, tirador de pedidos, e nossas ineficiências não estarão resolvidas pelo crédito abundante. Algumas empresas estão sentindo mais os efeitos, especialmente aquelas que abdicaram do mercado externo, abrindo mão de estratégias de longo prazo por uma opção imediata. Por outro lado, há os produtos que se ambientam melhor em períodos de crise e outros que navegam melhor em períodos de bonança.
Saber associar esses conceitos e, se possível também focar no mercado externo, pode ser uma saída. Qualquer que seja o caminho a percorrer, devemos falar menos na crise, não nos deixar contaminar pelo pessimismo excessivo que chega a ser destrutivo e, como já diziam nossas avós, aprender a fazer deste limão, uma boa limonada.