Joinville está perdendo em torno de 1.700 empregos por mês e, nesse ritmo, chegaremos ao final do ano com um expressivo contingente de desempregados. Pessoas sem Natal, ou sem Papai Noel, como preferirem, sem perspectivas para novo ano, sem dignidade.
No início apenas a indústria demitia mas, nos últimos meses, houve também demissões expressivas no comércio e nos serviços. Os efeitos colaterais de uma perda de emprego já começam a se fazer sentir. Um desempregado deixa de consumir ou passa a comprar apenas o mínimo necessário e, segundo o IBGE, as vendas no comércio caíram pelo quinto mês consecutivo, aí incluídos os supermercados, onde estão os gêneros de primeira necessidade.
Foi a quebra de uma sequência positiva de 11 anos e que reflete o atual momento econômico. Não há qualquer perspectiva de retomada, especialmente enquanto não se resolver a crise política. Um desempregado não é apenas uma pessoa que perdeu seu emprego, mas perdeu junto sua dignidade, seu plano de saúde, seu vale alimentação, seu desconto ou subsídio na compra de remédios, seu vale transporte e outros benefícios que muitas empresas habitualmente concedem aos seus colaboradores.
Isso desestrutura toda uma família, especialmente quando é o pai de todos que fica desempregado. Como disse o Tenente Coronel Henrique Coelho na reunião do Conselho Deliberativo de segunda feira, os atuais níveis de desemprego, a persistirem, agravarão ainda mais nosso já sofrível problema de segurança. Mais gente desocupada nos bares da periferia e a degradação das condições sociais aumentam os riscos.
Nosso já precário sistema de saúde também será afetado, já que mais pessoas deixarão de ser assistidas por hospitais conveniados e passarão a se socorrer na rede pública. Estamos falando de um contingente expressivo que precisará encontrar nos serviços públicos, amparo. Hora de serem postas de lado eventuais diferenças, mãos na consciência e terminar de vez com a greve na saúde. Prefeitura e Sindicato devem urgentemente entender que há um grande perdedor nesta disputa, que é o povo mais humilde que, quando precisa de verdade, não há quem lhe empreste a voz.