Gilmar Mendes, Ministro do Supremo Tribunal Federal, disse em recente pronunciamento que não estamos numa democracia, mas sim numa cleptocracia, ou seja, um País governado por ladrões. Declaração forte do Ministro, sem dúvida.
Não foi qualquer cidadão que fez essa declaração, mas um Ministro do Supremo Tribunal Federal que possui informações privilegiadas sobre muitos fatos que um cidadão comum não possui e, diga-se de passagem, um dos mais antigos da Corte.
Agora pretende o Governo não apenas aumentar os impostos mais uma vez, mas também retirar recursos do Sistema S que são aplicados na educação, na formação profissional, especialmente do Sesi, Senai e Senac, além de tornar não dedutíveis do Imposto de Renda o valor destas contribuições, tratando-as como se voluntárias fossem.
Não se pretende retirar para aplicar em alguma outra espécie de formação profissional, mas para tapar o buraco da previdência. Precisamos que todos os nossos deputados e senadores votem contra essa tentativa de mais uma vez retirar dinheiro dos contribuintes para pagar desvios e má gestão do governo. Na verdade, não sabemos nem quando e nem como isso irá terminar.
Estamos cansados de CPMF, de imposto sobre dividendos, sobre fortunas, sobre heranças, Pis/Cofins sobre receitas financeiras, desoneração da folha de pagamento, reforma do Pis/Cofins etc, etc. Não sabemos qual será a próxima ideia brilhante a surgir dessas mentes privilegiadíssimas e cheias de criatividade.
O que se observa de novo é que o vice-presidente da República, chamado a indicar nomes para compor Ministérios, se recusou a fazê-lo, assim como se negaram os presidentes da Câmara e do Senado Federal, todos do mesmo partido. E a Presidente sobrevoou a todos e foi direto ao baixo clero oferecendo e leiloando Ministérios em troca de apoio político em detrimento da competência.
A leitura para nós leigos, mas não tão leigos assim, é que o gesto de Pilatos está aí claro, onde os líderes do maior partido que dá suporte ao Governo não querem mais se comprometer para estarem livres para fazer a escolha que bem entenderem, inclusive o impeachment.
Tudo isso, mais o rebaixamento da nota do Brasil, perda do apoio parlamentar, dólar e euro nas alturas, corrupção institucionalizada, desemprego e inflação em alta, produtividade em baixa, perda da competitividade da indústria, índice de rejeição superior a 85% da população, parecem indicar cenário de uma tempestade perfeita para a Presidente da República.