Pensamos em falar coisas mais otimistas nesse reinício de atividades, mas a realidade nos impede. As notícias advindas do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) dão conta de que, somente no mês de dezembro de 2015, a cidade de Joinville perdeu 3.396 empregos.
Considerando que todos os segmentos demitiram, inclusive o comércio, esse é um cenário assustador. Há ainda que se considerar o fato de que as empresas em geral, exceto o comércio, encerraram suas atividades em torno do dia 20 de dezembro, o que reporta a um cenário mais impiedoso ainda caso fossemos considerar trinta dias de atividade. O ano começou com zero de entusiasmo, zero fato novo, e nenhum sinal de retomada do emprego.
Talvez o único fato novo seja o governo federal novamente insistindo na recriação da CPMF e considerando-o como uma poupança absolutamente necessária. Todas as entidades empresariais já se manifestaram contrárias a essa iniciativa que, sem qualquer sombra de dúvida, afetará ainda mais a atividade econômica, pois retirará uma quantidade de recursos absurda do cidadão, aumentará ainda mais os custos, diminuirá a competitividade e, por via de consequência, a inflação e o desemprego.
Fizemos um rápido giro obtendo informações entre nossos associados e constata-se desânimo geral com o ritmo dos negócios, pedidos cancelados, redução significativa da atividade, custo da energia elétrica contratada incompatível com os preços de mercado atualmente praticados, setor têxtil em queda visível e crédito restrito com recusa dos bancos de financiar a atividade empresarial.
Acreditávamos que os ventos benfazejos do Natal e os votos para o novo ano pudessem produzir alguns efeitos motivadores e que o governo federal se antecipasse criando fatos novos, uma agenda positiva buscando o crescimento, mas o que se vê ainda no governo é a grande preocupação com a lava-jato, intervenção na fixação da taxa de juros e completa omissão com relação à nossa realidade.
Com o retorno do Congresso Nacional, assistiremos novamente a luta acirrada entre amigos do Cunha, amigos do Renan e amigos da Dilma, além dos inimigos de todos estes, temperada com possível volta da CPMF.
Vamos fazer a nossa parte e esperar que o governo federal não atrapalhe, pelo menos.