São considerados praticamente loucos aqueles que decidem empreender no Brasil, um mercado hostil para novos investimentos, com dezenas de exigências ambientais, sociais, trabalhistas e burocráticas.
Na última segunda-feira, a ACIJ recebeu os diretores da BMW, que expuseram uma série de dificuldades para fazer o resultado esperado, além do problema maior da redução do tamanho do mercado, com a crise econômica que chegou já em 2015 – e que parece perder força neste segundo semestre.
Perguntados se não sabiam das dificuldades que enfrentariam no Brasil, os dirigentes da montadora ponderaram que não há previsão que explique, por exemplo, a redução no quadro de prestadores de serviços do Inmetro, em 300 pessoas, o que resultou numa carta do seu presidente informando simplesmente que os processos iriam atrasar – e bastante.
Dificilmente vamos atrair investimentos importantes nos próximos anos se não conseguirmos definir com clareza as regras do jogo. Diariamente, temos novas leis, portarias e alíquotas que mudam o sistema de tributação, as regras trabalhistas, as exigências ambientais e assim por diante.
Junto com nossas Federações e Confederações, a ACIJ está atenta aos projetos que tramitam no Congresso Nacional e conversa frequentemente com nossos parlamentares, para reforçar a diretriz básica, de que não concordamos com qualquer medida que venha a aumentar a carga tributária ou qualquer outro encargo que possa reduzir ainda mais a competitividade das empresas.
Por outro lado, sabemos que os esforços no sentido contrário, de uma reforma ampla nas áreas fiscal, tributária e trabalhista, são isolados, insuficientes e só promovem remendos, que geram mais insegurança no mercado e desmotivam os empreendedores.