Um público de 100 empresários do norte catarinense recebeu o ministro da Fazenda Joaquim Levy neste sábado, 16 de maio, para um almoço na sede da ACIJ, com a presença ainda do governador Raimundo Colombo, do presidente da Assembleia Legislativa Gelson Merísio, do prefeito Udo Döhler, do senador Paulo Bauer e do presidente da Fiesc Glauco Côrte, entre outras lideranças políticas e empresariais.
Na abertura, o presidente da ACIJ João Joaquim Martinelli citou algumas das mais conhecidas empresas do Estado presentes, entre elas a Colcci, que tinha na modelo Gisele Bündchen sua principal “garota propaganda”.
“Senhor ministro, a Gisele não pode vir, mas o nosso recado para o senhor é o mesmo que ela costuma passar na hora dos desfiles: pode apertar o corpete, mas deixe espaço para a gente respirar”, brincou Martinelli, em analogia aos ajustes propostos pelo Governo.
O presidente da ACIJ emendou citando Maquiavel, para pedir ao ministro que os ajustes sejam feitos todos de uma única vez, e complementou: “As empresas não precisam que as defendam, mas precisam sim de proteção. Proteção dos maus políticos, que não deixam as empresas e o país se desenvolver. Destes, precisamos de proteção”.
Em seguida, o ministro falou por cerca de 45 minutos sobre as propostas de ajuste fiscal do Governo e ainda sobre a necessidade de retomada de investimentos em infraestrutura através de concessões e PPPs. “Pela evolução da arrecadação, na área que a gente pode – em despesas que não são obrigatórias – vamos tentar voltar ao nível de 2013 num exercício de disciplina. Em 2014 foi um pouco além do que a gente pode sustentar, 2013 foi um ano bom, pouco expansionista, é uma boa linha de referência. O governo mantém a proposta de encerrar a desoneração da folha de pagamento de setores empresariais porque está provocando uma renúncia fiscal de R$ 25 bilhões por ano, o equivalente ao dobro do que é investido no programa Minha Casa Minha Vida”, comparou.
Questionado sobre créditos de ICMS, Levy defendeu a necessidade de um acordo entre os Estados para a convergência da alíquota do ICMS. Hoje, há um projeto que cria um fundo de participação dos Estados e governo federal para investimento em infraestrutura. A mudança seria para a arrecadação maior no destino dos produtos do que na origem.
Joaquim Levy assinou o livro-ouro da ACIJ, cuja assinatura anterior era do ministro do Supremo Joaquim Barbosa, e agradeceu pela acolhida que teve em Florianópolis e Joinville. Depois, seguiu para visita a grandes empresas do município.