No dia 27 de junho, o advogado João Joaquim Martinelli entrega o comando da Acij ao empresário Moacir Thomazi. Em seus dois mandatos, Martinelli trabalhou para consolidar as bandeiras da Acij em áreas como segurança pública e infraestrutura. A edição de maio/junho da Revista 21 traz uma entrevista do ex-presidente, com a retrospectiva de sua gestão. Abaixo, a segunda parte desse balanço.
Segurança
O avanço que tivemos neste período se limitou à questão das câmeras de segurança. O fato é que toda a culpa pelo agravamento do problema está sendo atribuída a uma guerra de gangues, quando sabemos que podemos isolá-la. E há também uma onda de pequenos assaltos, todos os dias. Já recebi telefonema de um cidadão pedindo ajuda. O sentimento de impotência da sociedade é muito grande. Você não sabe com quem falar, porque falta gente e faltam recursos. O problema da segurança pública de Joinville tornou-se muito grave – e não há indicativo de melhora.
Emprego
Um dos problemas é a dificuldade de acesso ao trabalho. Fecharam-se as oportunidades de início de carreira. Quem vai contratar hoje um auxiliar de escritório? Qual emprego está à disposição do jovem de 18 anos? Eu contrato estagiários para colocar no mercado, mas e quanto a essa massa que está se formando agora, onde vai trabalhar? O mercado está inchado. É o crime da sociedade de hoje: não estamos abrindo vagas para a multidão de jovens que chegam ao mercado.
Aeroporto
O problema do grooving está corrigido, mas precisamos aumentar a pista. Só que do outro lado há uma invasão. Esse é o grande problema da falta de organização. Não sei em que mandato aquela área foi invadida, mas o prefeito tem que pensar na comunidade. Agora, são 70 famílias. Precisaria construir um condomínio habitacional, mas vai custar muito dinheiro. A prefeitura mal consegue pagar a folha.
ICMS
O convênio que possibilita a troca de ICMS por investimentos em infraestrutura seria a fórmula para fazer andar as obras paradas. Só que existe muita contestação, o governo atual não prevê repasse de recursos para outros poderes. A obra da Hans Dieter Schmidt começou com esse convênio e vai acabar de outra forma, por causa da discussão sobre a legalidade. É preciso refinar a questão jurídica. Com o ICMS, a empresa pode, por exemplo, fazer a pavimentação da rua. Acho que seria uma forma de aumentar a arrecadação.