A expectativa de um cenário mais estável para o segundo semestre de 2017 e para o ano de 2018 é da equipe econômica do banco Credit Suisse, que realizou estudo onde avalia com profundidade o contexto político e econômico do país.
A recessão atual, iniciada no segundo trimestre de 2014, é uma das mais profundas e prolongadas das últimas décadas. Apenas as recessões de 1981 e 1983 e depois de 1989 e de 1992 foram similares em magnitude e duração.
As retrações da economia desde meados da década de 1990 foram de curta duração. Mesmo na crise financeira de 2008, a contração do PIB no Brasil durou apenas dois trimestres consecutivos.
Mesmo assim, o Índice de Confiança da Indústria (ICI-FGV) aumentou nos últimos meses. Esse movimento é explicado pela aceleração do indicador de expectativas, que representa a percepção dos empresários quanto ao comportamento da economia no futuro.
Porém, o indicador da situação atual, que reflete a dinâmica da atividade econômica no momento, se encontra em um patamar inferior ao indicador de expectativas.
Segundo os economistas do banco suíço, o consumo das famílias é o principal fator que segura o crescimento do PIB neste ano. As condições ainda desfavoráveis dos mercados de trabalho e de crédito dificultarão uma retomada mais expressiva do consumo familiar, que infelizmente diminuirá neste ano.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias tem um peso de 63,8% no PIB brasileiro. Ao contrário do que ocorreu em recessões anteriores, a participação das exportações será menor em virtude do menor dinamismo da economia global. A política monetária mais expansionista contribui para a aceleração dos investimentos.
A forte contração da economia em um ambiente de inflação alta e persistente aumentou a incerteza sobre as estimativas de crescimento do PIB potencial do Brasil nos últimos anos.
Alguns estudos apontam crescimento muito baixo. Outros sugerem, inclusive, a possibilidade de crescimento potencial negativo. Diante deste cenário, e considerando uma série de variáveis, o Credit Suisse aposta num crescimento de somente 0,2% este ano e 2% em 2018.