No dia 11 de julho, a reunião do conselho da ACIJ recebe Alberto Stringhini, engenheiro agrônomo e ex-diretor da Sadia. Com o tema “Como gastar menos e poupar mais”, ele vem abordar questões sobre educação financeira.
Além de Stringhini, no mês de julho haverá as participações de Luis Felipe Dau, presidente da Embraco, Guillermo Petzhold, especialista em mobilidade urbana, e Pedro Guimarães, sócio da McKinsey & Company, para apresentações aos associados.
Abaixo, uma entrevista exclusiva com Alberto Stringhini.
O brasileiro sabe cuidar das suas finanças?
Posso assegurar que existe um alto grau de analfabetismo na educação brasileira. Isso não é privilégio do Brasil, mas do mundo. Estamos vivendo uma era diferenciada. Essa é a era da informação, do conhecimento. Hoje, saber ler, escrever e ter diploma não é suficiente. É preciso entender de dinheiro. Todos os nossos sonhos dependem do dinheiro.
Quais os maiores erros cometidos na hora de controlar as finanças?
Primeiro erro é não anotar e não registrar as despesas. Por isso, estaremos em Joinville levando uma ferramenta indispensável a qualquer família: o “Orçamento Familiar – Planejando Seu Futuro”. No material, explicamos a importância do orçamento familiar, dicas de como economizar, para educar os filhos financeiramente, aplicações financeiras, entre outros temas. O mais importante é a planilha interna, por meio da qual a pessoa pode criar o hábito de discutir e planejar o mês seguinte. Outro conselho importante é, antes de comprar qualquer ativo ou passivo, perguntar se você quer, se você precisa e se pode pagar. Também é preciso entender o que é ativo (receita) e o que é passivo (despesa).
Como avalia a atual situação econômica no Brasil?
Acredito ser seriíssima porque não temos gestão. Tudo o que está acontecendo é por falta de gestão, em qualquer segmento. Não vamos resolver o problema em curto prazo. É preciso investir em educação básica e disseminar o conhecimento. Nos países mais desenvolvidos, por exemplo, educação é fundamental.
Em tempos de crise, como este, qual a importância do diálogo sobre educação financeira?
Temos hoje 67% da população endividada e 8% a 9% não tem como pagar. Esse endividamento está no cartão de crédito. E a taxa está em 471% ao ano. O cheque especial em 311% ao ano. Há um alto grau de analfabetismo financeiro. O cartão de crédito é um aliado, uma grande ferramenta para quem tem inteligência financeira.
E esse déficit na educação financeira pode ser sanado na escola?
Não só deve, como tem que acontecer. Sou crítico da geração política atual. A base do Brasil está ruim. É preciso conscientizar uma nova geração com mais consciência financeira. Eu mesmo, como engenheiro agrônomo, ex-diretor da Sadia, aprendi isso Segueapós minha aposentadoria. Lendo autores como Robert Kiyosaki, por exemplo.
Programação de julho das reuniões do conselho
4 de julho
O case da Embraco: modelo de governança corporativa e inovação
Palestrante: Luis Felipe Dau, presidente da Embraco
11 de julho
Educação financeira – Como gastar menos e poupar mais
Palestrante: Alberto Stringhini, engenheiro agrônomo, consultor e ex-diretor da Sadia
18 de julho
Cidades sustentáveis e o deslocamento para o trabalho
Palestrante: Guillermo Petzhold, especialista em mobilidade urbana
25 de julho
Desenvolvimento econômico regional com foco em Santa Catarina
Palestrante: Pedro Guimarães, sócio da McKinsey & Company
As reuniões do conselho são abertas à comunidade empresarial.