O Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 0,8% entre março e abril, alcançando 76,8 pontos. O resultado sucede quatro quedas consecutivas. Somente nos três primeiros meses de 2015, o índice havia recuado 20,1%. A série em médias móveis trimestrais mantém a tendência negativa e a variação interanual, sem ajuste sazonal, em relação a abril de 2014 é de -29,2%.
A melhora do ICST em abril ocorreu predominantemente nos segmentos ligados às obras de infraestrutura: em Obras de Infraestrutura para Energia Elétrica e Telecomunicações, o indicador variou 7,5% em relação a março; em Obras Viárias, 6,1% e em Obras Especiais, 3,3%. As sinalizações, dadas pelo governo Federal, de uma possível retomada do programa de concessões a partir de maio podem ter influenciado na melhora relativa das expectativas para os negócios.
O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 3,7%, em abril, após recuar 7,1% em março, com contribuição expressiva dos segmentos relacionados à área de infraestrutura. O indicador que mede o grau de otimismo dos empresários em relação à situação dos negócios nos seis meses seguinte variou 5,4%, contra -8,9%, em março, atingindo 95,1 pontos.
O Índice da Situação Atual (ISA-CST), por sua vez, manteve-se em queda, embora a taxas menos expressivas: depois uma queda de 9,9% em março, o índice cedeu 2,9%. A queda do ISA-CST em abril foi influenciada especialmente pelo indicador que mede o grau de satisfação com situação atual dos negócios, que declinou 5,7% em relação ao mês anterior, atingindo 64,5 pontos.
Um aspecto que vem ganhando importância na pesquisa nos últimos meses são as dificuldades relacionadas ao crédito. Em abril, 34,1% das empresas indicaram dificuldade de acesso, enquanto apenas 7,2% não registraram dificuldades, levando o indicador a atingir o pior resultado da série. Há um ano, esses percentuais eram de 20,6% e 12,1%, respectivamente.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou, em abril, taxa de variação de 0,65%, acima do resultado do mês anterior, de 0,36%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,95%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,41%. O índice referente à Mão de Obra registrou variação de 0,38%. No mês anterior, a variação registrada foi de 0,31%.
No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, o índice correspondente a Materiais e Equipamentos registrou variação de 1,14%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,41%. Os quatro subgrupos componentes apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura, cuja taxa passou de 0,33% para 1,29%.
A parcela relativa a Serviços passou de uma taxa de 0,44%, em março, para 0,24%, em abril. Neste grupo, vale destacar a desaceleração do subgrupo vale transporte, cuja variação passou de 1,01% para 0,04%.
O grupo Mão de Obra registrou variação de 0,38%, em abril. No mês anterior, a variação registrada foi de 0,31%. A aceleração desta classe de despesa continua influenciada pelo reajuste salarial em Salvador. E quatro capitais apresentaram aceleração em suas taxas de variação: Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Em contrapartida, Brasília, Recife e Porto Alegre registraram desaceleração.
A coordenadora de projetos da construção da FGV, Ana Maria Castelo, analisa que “Os indicadores correntes da atividade seguiram em declínio nos primeiros meses do ano. As demissões continuam elevadas em todos os segmentos da construção, com o estoque de trabalhadores em março retrocendo ao patamar de junho de 2011. Assim, apesar da pequena melhora no mês, nota-se que o empresário da construção segue ainda bastante pessimista”
Fonte: Economia SC / FGV