ACIJ, FIESC e Prefeitura de Joinville promoveram nesta sexta-feira, dia 6 de agosto, uma reunião-almoço de empresários com o presidente da República, Jair Bolsonaro. A agenda reuniu mais de 300 empresários no Perini Business Park. Também estiveram presentes autoridades públicas e lideranças da comunidade.
Os três anfitriões do encontro fizeram uso da palavra. O presidente da ACIJ, Marco Antonio Corsini, o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, e o prefeito Adriano Silva agradeceram a visita de Jair Bolsonaro, manifestaram apoio às reformas estruturantes que o governo federal está realizando e pediram uma atenção especial do Palácio do Planalto para demandas de Joinville e de Santa Catarina.
Durante o encontro, ACIJ e FIESC entregaram ao presidente da República um ofício conjunto das duas entidades empresariais registrando algumas reivindicações do setor produtivo de Joinville e de Santa Catarina.
O presidente Jair Bolsonaro assinou o Livro Ouro da ACIJ e recebeu das mãos do presidente Corsini o livro “ACIJ na História de Joinville – 110 Anos de Legados Econômicos e Sociais”.
PRONUNCIAMENTOS
Primeiro a falar, o presidente da ACIJ, Marco Antonio Corsini, afirmou que o setor produtivo pode e quer contribuir cada vez mais para o desenvolvimento econômico e social. Mas precisa de ações governamentais que reduzam o Custo Brasil, como as reformas estruturantes e investimentos em infraestrutura, “principalmente a BR-280, cujas obras não têm acompanhado o desenvolvimento da economia da região em função de sucessivos cortes no orçamento”.
Em seu pronunciamento, o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, destacou sinais de alerta na trajetória de futuro do Estado. “Convivemos com problemas crônicos que começam a minar o caminho rumo à prosperidade, especialmente na área de investimento e infraestrutura. Nossos principais corredores rodoviários federais estão em condição precária, onerando o setor produtivo com elevados custos logísticos e trazendo sérios riscos à segurança”, afirmou.
O prefeito de Joinville, Adriano Silva, falou de demandas históricas em áreas que podem tornar a cidade ainda melhor. “Na infraestrutura, reforço dois grandes pedidos da nossa região, que é a celeridade nas obras de duplicação da BR-280 e a ressignificação das marginais da BR-101. Nestes pontos, o apoio do governo federal é muito importante para Joinville”, concluiu.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, encerrou a série de pronunciamentos falando da conjuntura nacional, elogiando a atuação do setor produtivo na geração de novos empregos e deixando um recado muito claro aos empresários sobre as demandas apresentadas na área da infraestrutura: “Vamos concluir as obras já iniciadas. É mais barato para o Tesouro e mais útil para a Sociedade”!
AVALIAÇÃO DA ACIJ
O presidente da ACIJ, Marco Antonio Corsini, fez uma avaliação positiva do encontro. “O evento foi uma grande oportunidade para mostrarmos o potencial e a união do setor produtivo para contribuir com o desenvolvimento econômico e social. Reforçamos nossa expectativa para avançarmos nas reformas administrativa e tributária sem aumento de impostos para aumentar nossa competitividade internacional. E pedimos uma atenção especial para os investimentos em infraestrutura”.
REIVINDICAÇÕES DA ACIJ E DA FIESC
O ofício conjunto da ACIJ e da FIESC entregue ao presidente Jair Bolsonaro destaca que o Estado não tem recebido uma contrapartida justa ao seu empenho. Confira algumas das demandas apontadas pelas duas entidades no documento:
- “A infraestrutura de transporte é um dos fatores críticos que tiram o sono do empresário catarinense, que vê seu constante esforço em busca da competitividade se esvair quando os caminhões deixam suas fábricas para entrar em rodovias esburacadas, inseguras ou com a capacidade de tráfego totalmente comprometida. Obras como a duplicação da BR-470 e da BR-280 se arrastam vergonhosamente há muitos anos. Mesma situação ocorre na BR-163, no Oeste do Estado, em situação caótica há mais de uma década. A BR-282, que une a produção agroindustrial catarinense com os portos, também precisa de investimentos que resultem em maior fluidez e segurança para os usuários. O trecho Norte da BR-101 requer obras urgentes, mas não previstas no contrato de concessão, e que dependem de autorização da ANTT a aditivos que possam tirar do papel os projetos com recursos do pedágio”.
- “Não podemos negligenciar outros modais, essenciais para assegurar a logística do Estado e sua interligação com o restante do País. Santa Catarina precisa da segunda etapa das obras da bacia de evolução do Complexo Portuário de Itajaí e da realização da dragagem de aprofundamento do canal externo para 16 metros e retificação de uma curva no canal de acesso aos portos de Itapoá e São Francisco do Sul”.
- “Santa Catarina quer estar conectada à malha ferroviária nacional. Por isso, pede apoio para viabilizar o Complexo Ferroviário Catarinense, composto pelos projetos das ferrovias catarinenses Leste-Oeste (SC) e Litorânea (SC), conectados desde a fronteira com a Argentina, em Uruguaiana (RS), até Sumaré (SP), com a malha nacional e, desta forma, permitindo acesso aos principais mercados de distribuição e suprimentos”.
- “Agregar valor à produção brasileira precisa se constituir num objetivo central da gestão da economia nacional. Nesse sentido, demandamos a implantação de uma política industrial. Estimular a industrialização significa a geração de mais inovação, de mais empregos de qualidade e de mais desenvolvimento econômico e social”.
- “Reformas estruturantes, como a administrativa e a tributária constituem pré-requisito para assegurar a competitividade da empresa brasileira. Conclamamos que o governo se mantenha firme na disposição de avançar nas reformas, dentro dos princípios democráticos, com independência e harmonia entre os poderes constituídos. E que também trabalhe por uma legislação ambiental que respeite as especificidades das cidades e, ao mesmo, permita produzir no campo, equacionando a forte insegurança jurídica vigente na área”.
- “Defendemos uma revisão do pacto federativo, descentralizando mais os recursos arrecadados pelo contribuinte, dentro do que foi proposto durante sua campanha, com a lógica de que precisamos de menos Brasília e mais Brasil”.