Joinville não pode aceitar a intervenção dos Bombeiros Militares nos serviços de vistoria já realizados pelos Bombeiros Voluntários, mediante convênio com a Prefeitura. O prefeito Udo Döhler não aceita. As entidades empresariais não aceitam. A comunidade não aceita.
Com 125 anos de atuação, a Corporação de Bombeiros Voluntários é reconhecida pelos bons serviços que vem prestando, seja nas vistorias, seja no socorro a vítimas ou combate a incêndios.
Há 32 anos, desde a criação do Centro de Atividades Técnicas, os voluntários realizam os serviços de vistoria e fiscalização de edificações, estabelecimentos comerciais e outras áreas de reunião de público, de forma gratuita!
A eventual entrada dos Militares no processo, além de decretar o fim do sistema voluntário, trará novos e significativos custos para as empresas, que deverão arcar com cerca de R$ 1,50 anuais por metro quadrado de área construída. O prédio da ACIJ, por exemplo, teria um custo anual de cerca de R$ 7.000,00. Algumas indústrias terão custos superiores a R$ 300 mil por ano.
Os Bombeiros Militares têm uma função fundamental no Estado de Santa Catarina e o seu trabalho é indispensável. Porém, como a cidade está coberta por um sistema voluntário, imagina-se que o Governo do Estado possa direcionar os esforços da corporação pública para as dezenas de municípios que não estão cobertos por nenhum tipo de serviço de prevenção ou combate.
O fato novo é a entrada em vigor da Lei Kiss, que faculta aos Bombeiros Militares o referido serviço. Para resguardar a qualidade das vistorias e fiscalizações e manter em pleno funcionamento o sistema voluntário, a ACIJ acompanhou o prefeito e os senadores e deputados catarinenses em audiência com o Ministro Da Casa Civil, Eliseu Padilha.
A expectativa é de que, nos próximos dias, a Casa Civil, em conjunto com a Advocacia Geral da União, apresente uma proposta que solucione, de maneira definitiva, a questão das vistorias.