Em reunião liderada pelo presidente Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), João Joaquim Martinelli, a entidade recebeu ontem à noite o senador Jorginho Mello. “Dialogo pelo Brasil” foi o tema exposto à plateia formada por empresários e estudantes. Falou sobre os números de desemprego, burocracia da máquina estatal, ambiente de instabilidade política, pacto federativo, baixo nível educacional, reformas da previdência e tributária e a Loteria Estadual de Valorização da Educação (LEVE). Depois respondeu as perguntas dos empresários.
Acerca do projeto do pacto federativo disse que ele tem avançado e bem, mas se posicionou contrário ao financiamento de pequenos municípios que não conseguem manter as contas em dias. “O pacto federativo é deixar menos dinheiro em Brasília e um pouco mais nos Estados e nos Municípios, há necessidade de mandar mais dinheiro às cidades”, defendeu. Abordou como o déficit educacional das pessoas torna difícil a compreensão das propostas que estão sendo discutidas e, em termos de educação, falou sobre a criação da Loteria Estadual de Valorização da Educação (Leve), em tramitação. Os recursos serão aplicados na estrutura das unidades de ensino.
Jorginho destacou que a despesa prevista na Constituição não cabe na arrecadação, nem dos Municípios, Estados ou União, razão pela qual, precisa ter uma reforma com foco na simplificação. “Tenho certeza de que ano que vem será um ano melhor, economicamente. Aos senhores peço que ponham a mão no bolso e abram mais uma empresa ou ampliem uma sessão, porque ninguém está dando tanta oportunidade como o presidente Jair Bolsonaro está fazendo”, defendeu ao fazer referência acerca de pleitos antigos dos empresários que estão sendo revistas ou revogadas. Em sua exposição também fez referência às Propostas de Emenda a Constituição (PEC), referindo-se ao citar os 178 fundos que estão com recursos parados, engessados.
Acerca de política, manifestou-se contrário a criação de mais partidos. “Agora teremos mais um partido, temos de diminuir o número e não aumentar”, fez referencia a Aliança liderada pelo presidente. Falou ainda sobre a necessidade de os partidos terem assinatura digital, como as empresas e destacou que as próximas eleições serão mais limpas porque “os votos ficam na tua chapa e não tem mais essa de as mulheres só preencherem cota, a eleição pode ser impugnada com as novas regras”.
Integrante do Senado Federal desde o início do ano, Jorginho Mello apresentou 27 projetos. Destacou o Simples Trabalhista destinado a simplificar as relações de trabalho nas micro e pequenas empresas, com foco na eliminação do pape e da burocracia. Também conseguiu a aprovação da Empresa Simples de Crédito (ESC) que desonera empréstimos para empreendedores com uma redução de juros em mais de 70% do que era praticado pelos bancos. Destacou ainda o projeto para brasileiros que vivem no exterior possam votar para deputados estadual e federal, senador e governador.
Depois da palestra, Mello respondeu as perguntas do público. Foi questionado pelo diretor de relacionamento da ACIJ, Renato Feres, sobre fatos políticos negativos e se eles podem retirar o foco do executivo e do legislativo. “Esses movimentos da América Latina merecem atenção, mas o Congresso Nacional amadureceu, acredito que não vai prejudicar e estamos avançando e vamos continuar fazendo as reformas que são necessárias. O Brasil está andando, essa instabilidade política não existe”, afirmou. Ainda no ambiente político falou sobre julgamento de segunda instância. “Eu sou um defensor da segunda instância porque depois é só para ganhar tempo, estou entre os 49 que assinou como favorável”.
O empresário Miguel Abuhab, perguntou sobre o texto da reforma tributária no que se refere à proposta de mudança no Imposto Sobre Serviços (ISS), municipal. “Devemos contribuir com o projeto tendo o apoio do senador numa proposta que temos de ser creditado pelo tomador desde que ele seja contribuinte e, no caso de o tomador não ser contribuinte, é preciso haver uma preocupação para fazer alíquota reduzida”, explicou o fundador da Neogride – umas das cinco empresas que mais recolheu ISS em Joinville.
Jorginho Mello disse que irá apoiar a sugestão do empresário, podendo fazer com emendas. “Não é um projeto que vamos definir sozinhos e votar, é algo sendo feito em conjunto porque é complexo, tem de ser analisado, posso falar com o relator, fazer emenda, mas o melhor é incluir no texto principal”, respondeu o congressista. Para ele, a reforma tributária não pode se prolongada por 20 anos tem de ser algo mais próximo.
Na passagem em Joinville, o parlamentar esteve na Universidade da Região de Joinville (Univille) onde entregou o certificado de Universidade Comunitária, consolidada em projeto de lei apresentado pelo senador. Também informou que pretende destinar recursos a Escolha do Teatro Bolshoi no Brasil, com emenda. Também estiveram da reunião da ACIJ, o deputado federal Rodrigo Coelho, a suplente do senador, Ivete Appel da Silveira e o vice-prefeito de Nelson Henrique Coelho.
Lançamento de livro
Ainda na reunião da ACIJ, o gerente Regional Sul da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), Rangel Eisenhuth, expôs o livro “Mário Krüger – Uma vida dedicada ao desenvolvimento do setor Metalúrgico Catarinense”. De autoria da jornalista Maria Cristina Dias, será lançado no dia 6, às 19h30, durante a Festa do Fundidor, na Unisociesc, no bairro Boa Vista. A obra conta a história do metalurgista e diretor técnico Abifa, considerado uma referência para o setor de Santa Catarina e do Brasil. A trajetória do perfilado se confunde com o desenvolvimento do segmento metalúrgico desde os anos de 1960 – período que a região se consolidou como um dos principais polos do segmento no país. Krüger formou na Escola Técnica Tupy (ETT) e fez carreira na Tupy S.A., na Fundemaq, na Schulz e na WEG, com consultoria.
Também teve papel fundamental no desenvolvimento de entidades como Abifa e a Associação Empresarial de Joinville. Com perfil agregador, experiência e conhecimento técnico promovia o diálogo no segmento metalúrgico, atuando como interlocutor com os sindicatos da categoria e contribuindo para o avanço das atividades. Foi incansável na defesa do CBVJ no qual participou ativamente por três décadas e presidiu por quatro vezes – o livro será vendido ao valor de 25 reais, com toda a renda destinada ao Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville (CBVJ). Mário Krüger faleceu em março de 2018, deixando uma trajetória de trabalho, conciliação e contribuição para o setor.
Sobre a autora do livro, Maria Cristina Dias é jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com MBA em Marketing e Comunicação (Sociesc) e possui mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade (Univille). É integrante da Academia Joinvilense de Letras e foi coordenadora do Museu Nacional de Imigração e Colonização, de Joinville. É criadora do site “Maria Cristina Dias – Histórias Vividas, Histórias Contadas”. É autora do livro “Se essas paredes falassem – Um breve olhar sobre antigas casas que marcaram a construção de Joinville” (2010) e coautora dos livros “Henrique Loyola – Colecionador de Desafios” (2011) e “Uma Década de Evolução do Mercado Imobiliário – Núcleo das Imobiliárias da Acij” (2012).