A falta de profissionais qualificados tem se mantido como um dos principais fatores de preocupação de empresas joinvilenses de todos os segmentos.
O assunto foi debatido na ACIJ na manhã desta sexta-feira, dia 30 de setembro, no evento “Recrutamento Estratégico – iluminando o apagão de mão de obra”, promovido pela entidade em conjunto com a Prefeitura de Joinville e a FIESC.
Marco Aurélio Prass Goetten, gerente-executivo do Sesi/Senai em Joinville, apresentou três aspectos considerados importantes para que as empresas reduzam a falta de profissionais qualificados. O primeiro deles é parar de perder funcionários que estão no quadro da empresa. O segundo, é oferecer saúde e segurança aos profissionais, por meio de um ambiente agradável de trabalho. E o terceiro aspecto é ampliar a capacitação.
“A educação precisa ser a porta de entrada das empresas. Observamos que isso tem feito a diferença na hora da contratação”, explicou Goetten, citando programas feitos na região em conjunto com empresas e poder público.
De acordo com dados do Observatório da FIESC, a falta de mão de obra é geral no Brasil, embora Santa Catarina tenha um nível maior de empregabilidade. 65% das pessoas estão ocupadas no Estado, e 96% delas fazem parte do mercado formal de trabalho.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Fernando Bade, disse que Joinville vai continuar crescendo e é importante apoiar ações para contratação de pessoas qualificadas.
“Temos o Joinville Emprega Mais, que foi criado a partir de levantamento de pessoas que estão fora do mercado de trabalho. Estamos trabalhando nos ajustes do programa para fazer o terceiro ciclo em 2023”, garantiu Bade.
No primeiro ciclo, encerrado em julho, 218 pessoas concluíram os treinamentos e 50% dos participantes foram contratados.
JOINVILLE EMPREGA MAIS
Para Margi Loyola, presidente da ACIJ, o Joinville Emprega Mais é a primeira oportunidade para as empresas recrutarem pessoas.
“O programa muito nos orgulha. O grande problema que a gente vê ainda no recrutamento de mão de obra é o engajamento. Mundialmente o engajamento caiu 80%. Como fazer para reter os profissionais, principalmente no chão de fábrica?”, destacou a presidente da ACIJ.
Segundo ela, os profissionais terão maior engajamento se as empresas derem essa oportunidade para ingressarem no mercado de trabalho, por meio do programa.
ARCELORMITTAL VEGA
Max Polastri, responsável pela área de Recursos Humanos na ArcelorMittal Vega, apresentou dois programas que a empresa está desenvolvendo, junto com o SENAI, para formar profissionais que estarão aptos para trabalhar na própria empresa ou em outras da região.
O Programa Sustentabilidade Técnica, criado em 2018, com o curso técnico em eletromecânica, tem 300 alunos de São Francisco do Sul entre egressos e os que estão cursando.
“Dos estudantes que já concluíram o curso, 89% estão trabalhando na ArcelorMittal Vega ou em empresas da região”, comenta. O programa ampliou e lançou uma nova frente de atuação, o Programa Sustentabilidade Técnica Júnior, com 40 jovens, entre 15 e 17 anos, das fases iniciais do ensino médio de escolas públicas de São Francisco do Sul.
Max falou ainda sobre o programa criado para inserir mulheres na empresa. “A meta é ter 30% de mulheres entre os empregados até 2030. Graças ao programa, já temos 18% de mulheres no quadro.”
NIDEC
Robson Leandro Luiz, gerente sênior de Recursos Humanos da Nidec, falou sobre o programa Talento Nidec – de candidato a colaborador.
O gestor destacou alguns pontos que levam as pessoas a querer trabalhar na empresa. Entre eles a confiança na marca, a presença na região, a alta tecnologia e as oportunidades globais de desenvolvimento.
“Nossa estrutura permite que os profissionais possam migrar de áreas”, lembrou. Um dos critérios apontados por Robson, na hora da contratação, é ter profissionais com valores pessoais alinhados com os gestores.
“A comprovação de capacitação técnica é importante, mas soft skills e inteligência emocional são fundamentais.”