Ortodontia e Cirurgia Ortognática
Os objetivos principais da ortodontia são estética e função. Arcadas dentárias bem relacionadas, fala, deglutição e respiração normais são indispensáveis para atingirmos as metas terapêuticas. Estruturas de suporte (osso alveolar, gengiva e ligamento periodontal) devem estar preservados, isto é, o periodonto deve estar saudável.
As más-oclusões ou erros de posicionamento de dentes e arcadas podem ser corrigidos através do tratamento ortodôntico ou ortopédico até determinado limite, pois depende da magnitude da má-oclusão. Se um indivíduo herdar do seu pai ou da sua mãe um potencial genético para ter uma mandíbula grande, isto é, para desenvolver um prognatismo mandibular verdadeiro, o individuo vai expressar na face esta anomalia. Este tratamento será orto-cirurgico. São os casos em que o erro primário é o osso e deste modo o tratamento consiste em corrigir os dentes para deixá-los nas suas posições adequadas através do aparelho ortodôntico fixo e num determinado momento do tratamento é realizada uma cirurgia na face para corrigir o(s) osso(s) para deixá-los numa posição harmoniosa e funcional. O aparelho ortodôntico fixo permanece na boca após a cirurgia e até o termino do tratamento.
A cirurgia ortognática é um procedimento com alto grau de complexidade que exige um treinamento refinado e embasamento científico dos profissionais que a realizam. Porem, hoje é uma cirurgia muito mais segura, estável e previsível do que foi no passado.
A exigência estética na sociedade atual associada com o aumento da expectativa de vida faz com que um número cada vez maior de pessoas busque o tratamento orto-cirúrgico. Os motivos das consultas ao cirurgião-bucomaxilo facial são 70% por razões estéticas, 47% por melhora funcional e 28% por problemas na articulação temporo-mandibular. (Rivera ET all)
Os benefícios proporcionados pela cirurgia ortognática associada ao tratamento ortodôntico são gratificantes para o paciente principalmente nos casos mais graves em que o paciente é reabilitado, para ter uma vida social normal, com nítida melhora estética.
Ewandro Berreta
QUANTO CUSTA O TRABALHO MÉDICO
INSATISFAÇÃO DO MÉDICO TRADUZIDA EM NÚMEROS
As especialidades médicas em que a sobrevivência vem somente de consultas não atraem os médicos recém formados. As residências mais concorridas são aquelas que oferecem a possibilidade de procedimentos dermatológicos, radiológicos ou cirúrgicos.
Médicos que vivem da clínica particular são muito raros; mais de 97% prestam assistência a 43 milhões de brasileiros vinculados a 1.195 operadoras de planos privados de assistência médica. Nos últimos 11 anos, as operadoras de saúde elevaram em 136,65% os valores das suas mensalidades, enquanto os Médicos receberam, em média, apenas 60% de reajuste nos seus honorários e os laboratórios de análises clínicas, tiveram reajustes mínimos.
Mesmo assim os responsáveis pelos planos de saúde alegam que os avanços tecnológicos encarecem a assistência médica de tal forma que fica impossível aumentar a remuneração sem repassar os custos para os usuários já sobrecarregados.
A Fipe realizou um levantamento do custo de um consultório-padrão, alugado por R$ 750,00 num prédio cujo condomínio custasse apenas R$ 150,00 e que pagasse os seguintes salários: R$ 650,00 à atendente, R$ 600,00 a uma auxiliar de enfermagem, R$ 275,00 à faxineira e R$ 224,00 ao contador. Somados os encargos sociais (correspondentes a 65% dos salários), os benefícios, as contas de luz, água, gás e telefone, impostos e taxas da prefeitura, gastos com a conservação do imóvel, material de consumo, custos operacionais e necessários para a realização da atividade profissional, esse consultório-padrão exigiria R$ 5.179,62 por mês para sua manutenção.
O valor médio da consulta em plano de saúde individual em 2009 foi de R$ 38,93 (menor que a média de 2008 de R$ 40,39). Calcula-se, que 50% a 60% das consultas médicas podem gerar um ou mais retornos para trazer os resultados dos exames pedidos e reavaliações, retornos esses pelos quais os convênios e planos de saúde não assumem a sua remuneração, se ocorrer até 30 dias da consulta inicial.
Nesta situação para o Médico obter um salário digno e justo precisará atender entre consultas e retornos, em média 20 clientes todos os dias, de segunda a sexta-feira, ou seja, 04 consultas por hora, numa jornada diária de cinco horas.
Por isso, os usuários dos planos de saúde se queixam: “Os médicos não examinam mais a gente”; “O médico nem olhou a minha cara, ficou de cabeça baixa preenchendo o pedido de exames enquanto eu falava”; “Minha consulta durou cinco minutos”.
“O usuário, ao contratar um plano de saúde, deve sempre perguntar quanto receberão por consulta os profissionais cujos nomes constam da lista de conveniados. Longe de mim, desmerecer qualquer tipo de trabalho, mas eu teria medo de ser atendido por um médico que vai receber bem menos pela consulta do que um encanador cobra para desentupir o banheiro da minha casa”. (Dr. Drauzio Varela).
Aos médicos, que atendem a troco de tão pouco, só resta à ponderação da alternativa de explicar à população que é tarefa impossível trabalhar nessas condições e caso a situação não mude, pedir DESCREDENCIAMENTO EM MASSA dos planos que oferecem remuneração inadequada.
Manoel Pereira Pinto Filho/ Marineusa Gimenes.