Em caderno especial publicado no dia 15 de maio de 2021 para marcar os 35 anos do Diário Catarinense, reportagem assinada pela jornalista Ângela Bastos indica as apostas do setor produtivo para um novo ciclo de crescimento na terceira maior economia da região Sul do país
Desde a primeira edição do projeto “Vocações”, em agosto de 2016, Joinville saltou de um PIB na casa de R$ 25 bilhões (IBGE 2016) para R$ 30,7 bilhões, conforme o IBGE 2018, o mais atualizado.
Também passou de um estoque acumulado de empregos com carteira assinada de 187.177 (Caged de agosto/2016) para 220.297 postos de trabalho (Caged de fevereiro de 2021). Uma conquista e tanto, se levado em conta que no meio do caminho a economia enfrentou instabilidades políticas e, por último, uma pandemia que até o final do mês de abril havia tirado a vida de 400 mil brasileiros.
Diante do quadro, vem a pergunta: isso significa que se não houvesse estes problemas, a terceira maior economia da região Sul do Brasil estaria com números ainda mais expressivos?
“Até poderiam ser melhores. Mas ainda assim esbarrariam em gargalos de infraestrutura e na falta de reformas fundamentais como a administrativa e a tributária”, responde Marco Antonio Corsini, presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ).
A capacidade de reação do setor produtivo da cidade é inegável. Nos primeiros três meses de pandemia, Joinville acumulou um saldo acima de 13 mil empregos fechados. Ao longo do ano, a cidade não apenas recuperou este número como fechou 2020 com um saldo positivo superior a 6 mil vagas e foi a 7ª cidade que mais gerou empregos no país.
Sede da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e do Festival de Dança, a locomotiva industrial catarinense consegue equilibrar a força da economia com a qualidade de vida: o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,81, numa escala que vai de zero a um.
Na visão da ACIJ, o caminho para o futuro passa por três estradas: inovação, infraestrutura e reformas. “Este é o tripé que vai garantir mais empregos, mais renda e mais tributos, fazendo girar o círculo virtuoso da economia”, afirma o presidente da ACIJ.
Na infraestrutura, Estado, Prefeitura e ACIJ trabalham um pacote de cinco obras viárias que visa mais mobilidade para a região por onde trafega diariamente 4% do PIB de SC. Há otimismo em relação ao futuro do aeroporto, que já não sofre com cancelamentos de voos desde a instalação do ILS (aparelho que permite pousos e decolagens mesmo com clima ruim) e que tem tudo para decolar com a concessão para a iniciativa privada. O otimismo não é o mesmo em relação à BR-280, onde as obras de duplicação se arrastam há anos.
Situação que se agravou com o corte no orçamento federal.
Quanto às reformas, as prioridades são a administrativa e a tributária.