Integrantes do Núcleo de Supermercados da ACIJ, dos mais diversos bairros da cidade, se reuniram na Casa para debater sobre a insegurança que atinge toda a cidade de Joinville e, em especial, os seus negócios. A maioria dos presentes narrou que já sofreu assaltos – e mais de uma vez.
A grande revolta destes pequenos empresários reside especialmente no pouco caso aos reclames feitos pelos cidadãos assaltados, sendo que muitos já não comparecem mais aos distritos policiais para registro das ocorrências, seja porque são mandados de um lado para outro, ou porque são mal atendidos, passando a impressão de que eles são os “bad boys”.
Já houve casos em que, por cobrarem mais incisivamente providências no sentido de serem investigadas as ocorrências, foram até ameaçados de prisão. Causou estranheza aos presentes o caso da “gang da marcha a ré”, onde ladrões roubam carros, invadem lojas danificando o patrimônio e furtando tudo o que podem. Autor preso em flagrante, com várias passagens por outros crimes, imediatamente solto por não ter condenação anterior, retornou à rua e à prática do crime no mesmo dia da soltura.
Difícil explicar a um pequeno supermercadista que teve seu negócio arruinado ou para o cidadão de bem vítima de furto (vide matéria “furtos assustam moradores em Pirabeiraba” publicado no ANotícia de 26.01.16) que, tanto os agentes policiais que efetuaram a prisão em flagrante como a autoridade judiciária que expediu o alvará de soltura, cumpriram a lei.
Essas foram as narrativas dos presentes. A verdade é que todo o sistema penal precisa ser revisto. Caso contrário, a sensação de impunidade estimula o crime e as pessoas podem começar a crer que ser honesto não vale pena, já que passam a ser motivo de chacota dos próprios meliantes.
A ACIJ exorta à autoridades policiais que, mesmo sabendo das carências de recursos, façam o seu máximo para impedir a continuidade dessa onda de assaltos na cidade e tratem com carinho um cidadão (que paga o salário de todos) quando for pedir ajuda. É o mínimo que se espera. O contribuinte é a autoridade maior. A continuar como está, para a bandidagem não há que se falar em crise.