O problema é que não se pode ocultar os fatos, não se pode falar do que não existe. Nada há de novo que se aproveite para que seja comentado, não há nada otimista, ou pior, as coisas novas se referem à teimosia do governo federal em aumentar os impostos.
As vítimas mais recentes foram os comedores de chocolates e as agências de viagens, que já sofriam com a retração por causa da perda do valor do real, agora terão as remessas feitas ao exterior para pagamento de viagens, taxadas. Isso sem contar o requentado discurso do retorno da CPMF. O Brasil não necessita de fatos econômicos novos, planos, anúncios, troca de ministros etc, já que isso tudo é mais, muito mais do mesmo.
O que o Brasil precisa é de um fato político novo e – caso o impeachment não se confirme – só ocorrerá em 2018 com as eleições presidenciais. Nem a lava-jato empolga mais, tamanho é o descrédito. Entretanto, é chegado o momento de parar de culpar a crise se nossa empresa não vai tão bem. Já deu tempo de fazer os ajustes, os cortes, perdemos mais de dez mil empregos, enxugamos de todos os lados. Máquinas, algumas devolvemos, outras simplesmente desligamos, postergamos investimentos, custos etc.
Então as empresas já se ajustaram e continuar culpando a crise por mau desempenho não nos parece o mais sensato. A pergunta que a empresa deve se fazer é se o negócio onde ela se encontra é bom, se consegue aguentar o custo Brasil com seus encargos e impostos, se consegue dar lucro, apesar dos pesares. Há dois anos estamos nesse ambiente de crise. Verdade seja dita, recrudesceu agora, mas é a mesma crise e já tivemos tempo de nos ambientar a ela. Então, não será dessa vez que poderei atender aos nossos profissionais, que pedem editoriais mais otimistas. Isso sem falar no tal “vírus” chamado aedes aegypti, como diz nossa presidente.