Leandro Karnal, em sua passagem pela ACIJ para o lançamento do Código de Ética da entidade quando a casa comemorava seus 105 anos de fundação, chamou atenção para o que ele chamou de atitudes de microética, que são aquelas ações do dia a dia relacionadas ao respeito de um cidadão para com outro.
Atitudes de microética vão desde normas simples de etiqueta, elegância e gentileza no trato com as pessoas, como não falar alto, evitar a rispidez, simplesmente dar lugar no transporte coletivo a pessoas de mais idade ou para mulheres, segurar a porta para outras pessoas passarem, até pequenas infrações que somam falta de ética com malandragem, como estacionar em vagas de deficientes ou idosos, trafegar pelo acostamento ou pelo corredor de ônibus, ou mesmo até quando profissionais liberais que depois de um atendimento perguntam ao seu cliente se o mesmo quer recibo, ou o atendente de um estabelecimento, quando pergunta se o cliente quer nota. A simples pergunta já é falta de ética, porque pressupõe uma disposição à sonegação.
Não estamos aqui falando dos grandes problemas éticos, que afinal sempre começaram em pequenos problemas que foram menosprezados. Um erro menosprezado passa a não ser erro e o patamar da tolerância aumenta. Se poucos fazem e ninguém pune, muitos passarão a fazer e não tarda para que se diga que não há nada de errado porque todos fazem.
Não vamos esperar mudanças no comportamento ético dos outros. Comecemos nós a dar o exemplo e sermos melhores dia após dia. Hoje serei melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje. Oxalá pensemos assim também quando formos votar nas próximas e futuras eleições.
Foto: Presidente e diretores cortam bolo comemorativo aos 105 anos da ACIJ, completados em 16 de fevereiro. Crédito: Max Schwoelk.