Os empreendedores de pequenas e médias empresas (PMEs) do segmento de e-commerce precisam planejar as plataformas digitais antes de adotar a solução que pode operar suas lojas virtuais.
Nos casos mais comuns, as empresas subestimam o volume de negócios e adquirem uma ferramenta barata demais, que entrega soluções pouco sofisticadas. Também pode ser observado o perfil exatamente oposto, de empresas que superestimaram as vendas, ao investir mais de 50% do capital inicial em uma solução que, no final das contas, se revela mais robusta do que de fato era preciso.
Escolher a plataforma que opere da melhor maneira possível as lojas virtuais pode auxiliar a sobrevivência da empreitada, principalmente durante o prazo de 12 meses. O período é apontado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) como suficiente para demonstrar o potencial de geração de receitas que o negócio é capaz de produzir.
Fatores
Segundo o presidente da entidade, Mauricio Salvador, dos fatores críticos observados nas histórias de sucesso do e-commerce, a plataforma (software no qual o site é construído e mantido) é o que mais se destaca. “Por meio dos programas de computador é que o empresário vai controlar o catálogo de produtos, os preços praticados na comercialização e também as ofertas. Esta última uma importante estratégia, em um segmento como esse, altamente competitivo”, explica.
Salvador indica também que apesar de figurar como responsável pelo sucesso das companhias, a escolha pode causar problemas que culminam na grande mortalidade entre players varejistas do comércio virtual.
“Em 2013, um estudo feito pela associação, entre mil associados, identificou que sete em cada dez lojas não venderam nada em um ano de operação, entre 90% de PMEs”.
A ABComm mensurou também que, no mesmo período, ao menos 30% das empresas mantiveram as portas abertas, vendendo módicos 10 pedidos, registrados todos os meses.
Satisfação
Em 2014, uma nova pesquisa da entidade registrou um nível de 25% na insatisfação dos empresários em relação às plataformas utilizadas nos negócios. Além disso, mais 10% se mostraram indiferentes, sem saber quais as vantagens providas ao negócio, pelas soluções.
Como muitas ferramentas estão disponíveis no mercado gratuitamente, ou por um custo menor do que R$ 100, isso pode atrair o empresário que não se planeja da melhor maneira e fatalmente culminar em uma abertura de falência.
O processo de identificação da solução adequada deve avaliar uma porção de características, desde o tamanho do negócio até a capacidade de expansão que ele terá em alguns meses ou anos.
Desenvolvimento
O CEO Betalabs, Luan Gabellini, indica que a fornecedora de plataformas desenvolve e implementa soluções com o princípio de ser compatível com o tamanho do negócio do cliente. “Nós já vimos alguns casos em que empresas investiram R$ 40 mil, R$ 80 mil em softwares de operação, que simplesmente não eram os programas mais adequados para operações desse tipo”.
Segundo ele, se a expectativa de faturamento é de R$ 1 milhão por mês, “o investimento de R$ 50 não comporta o modelo de negócios”.
O executivo complementa ao ressaltar que a expectativa de faturamento deve conduzir o tamanho da solução contratada. “Para grandes negócios, o mercado oferece soluções a partir dos R$ 20 mil. Para pequenos, soluções on-line, em nuvem e flexíveis podem ser encontradas a partir de R$ 99, sob o regime de pay-per-use [pague para usar, em inglês].”
Luan Gabellini afirma que entre os mais de 10 mil clientes atendidos, o faturamento pode variar de R$ 500 mil, até R$ 40 milhões mensais. Mas reforça que para os menores, que desejam uma alternativa ao investimento de milhares de reais, as alternativas em nuvem e flexíveis são suficientes para administrar a saída de mercadorias e o fluxo de contas a pagar e valores a receber.
Fonte: DCI