Não satisfeito com os aumentos de impostos ou eliminação de incentivos até agora conseguidos, não satisfeito com a reforma do PIS e COFINS que aumentará significativamente a tributação de todos os prestadores de serviços, não satisfeito com as tentativas de regulamentar o Imposto sobre Fortunas, não satisfeito em tentar seduzir os governos estaduais a aumentar ITCMD, mais conhecido como o Imposto sobre Doações, o governo federal já acena com a recriação da CPMF, para arrecadar mais R$ 70 bilhões por ano, que abarca todas as movimentações financeiras.
Péssima ideia e num péssimo momento. De que adianta a sociedade buscar alternativas para sobrepujar a crise, de que adianta pedir aos empresários que mantenham os empregos e os investimentos se a contrapartida do governo federal se faz sentir apenas sob a forma de aumento da carga tributária e a consequente perda da competitividade de nossas empresas?
Isso aumenta o desanimo geral, a fuga de capitais e faz com que muitos repensem a ideia de empresariar, de criar empregos, de gerar riquezas, já que a maior fatia de tudo irá para o governo federal. Muitos há algum tempo já abandonaram a ideia de fazer investimentos e estão federalmente acomodados nas aplicações financeiras que pagam um dos maiores juros do mundo, já que os balanços indicam que ninguém está conseguindo 14,25% de lucro ao ano, que é o que rende na forma bruta as aplicações financeiras.
O pacto nacional deveria ser para estancar o desemprego através do aumento da produção, do consumo e das exportações e isso apenas ocorrerá se o governo diminuir as suas despesas. A grande maioria das empresas de capital aberto que já publicou seus balanços semestrais, mostrou que elas perderam vendas e muitas delas metade do lucro. Como pensar em aumentar os impostos neste cenário? Manter os empregos é necessário e o governo ajudaria muito se não atrapalhasse.