2015 foi ano histórico para Joinville, pelo lado negativo: o município bateu o recorde de homicídios. Houve 126 registros, ao total. E de janeiro para cá não tem sido diferente – a onda de violência só cresce. Um dos casos mais comentados foi a decapitação de um jovem de 16 anos, filmada e divulgada nas redes sociais. Além dos atos extremos de brutalidade, os assaltos a estabelecimentos comerciais também se intensificaram.
Atenta à questão da segurança, a Acij promove ações para discutir o tema e cobrar iniciativas dos órgãos públicos. O presidente João Joaquim Martinelli revela preocupação com o problema e, em manifestações públicas, cobra providências, como a instalação de novas câmeras de vigilância e o aumento do efetivo policial. Em 2014, uma comitiva da casa cobrou do governador mais 350 policiais civis e 600 militares. Desde então, o assunto vem ganhando força.
Em fevereiro deste ano, durante a reunião do conselho, estiveram reunidos o delegado regional Akira Sato, o coronel Amarildo Alves, comandante da 5ª Região da Polícia Militar, e o coronel Joffrey Santos da Silva, do 8º Batalhão de Polícia Militar. “Nossas unidades especializadas foram reforçadas para atuar em homicídios e roubos com violência. Nos quatro anos em que atuei no Departamento Estadual de Investigações Criminais, não fui tão feliz quanto neste primeiro mês em Joinville, com o efetivo motivado para fazer o seu trabalho, com resultados diferentes”, destacou Sato.
A comunidade espera que essa postura se traduza em questões práticas. André Silva, presidente do núcleo de postos de combustíveis, aponta que alguns comerciantes já foram assaltados mais de uma vez por mês, até duas vezes no mesmo dia: “O empresário vítima dessa violência perde o ânimo de investir e ampliar, passa mais tempo preocupado com a própria segurança do que com o negócio em si. Deixa-se de gerar empregos e renda. Quase nenhum posto fica aberto após as 22h e isso se reflete em outros setores. Em vez de contratar um funcionário para melhor atender o cliente, ele contrata um segurança para dar tranquilidade aos que trabalham”.
E o que é possível fazer contra isso? Silva orienta os colegas a fazer o Boletim de Ocorrência (BO). “A segurança pública é pautada por estatísticas e essas são alimentadas pelos BOs. Se não for registrado, o fato não conta nas estatísticas e isso se reflete em menos recursos e efetivo para a região. Também é preciso exigir do seu candidato mais recursos para a segurança. Só com recursos é possível contratar mais policiais e ter um atendimento digno nas delegacias e rápido nas ruas”, alerta.