A imprensa noticiou na última semana o impasse que vivem alguns empresários, especialmente do setor hoteleiro, por conta da fiscalização que suas empresas vêm recebendo da Corporação de Bombeiros Militares.
Em plena crise da Segurança, no momento em que a cidade vive a maior onda de crimes de sua história, os militares implantam em Joinville uma unidade munida de um bloco de notificações e outro de multas, para fiscalizar empresas que já vem sendo fiscalizadas pelos Bombeiros Voluntários, em cumprimento a um convênio com o município, que detém o direito e o dever da referida fiscalização.
A comunidade, há muito, pede por aumento do efetivo policial, implantação de novas câmeras de monitoramento e ampliação dos recursos e equipamentos de modo geral para que o cidadão possa manter sua rotina com um mínimo de tranquilidade.
Na reunião do Conselho da última segunda-feira, com a presença das principais lideranças das polícias civil e militar no norte catarinense, nossos nucleados da área de supermercado, mais uma vez, confirmaram que todos já haviam sido vítimas de furto ou roubo, alguns em duas ou mais oportunidades.
Aparentemente, parecem ser dois assuntos distintos, mas eles estão umbilicalmente ligados. A Polícia alega falta de recursos para garantir mais policiais e equipamentos na cidade. Mas, por outro lado, amplia cada vez mais a estrutura do Bombeiro Militar, que custa cerca de 25 vezes mais do que o Bombeiro Voluntário.
No modelo que adotamos no Brasil, a cada ano vão para a reserva dezenas de coronéis, percebendo os mesmos salários da ativa, que sobrecarregam o caixa do Estado. Já os “coronéis” do Voluntariado se aposentam pelo INSS, como qualquer cidadão brasileiro. Esse é apenas um dos itens que justificam a enorme diferença de custo entre um serviço e outro.
E são os impostos que recolhemos que tem que cobrir esse custo insustentável. Sempre é bom lembrar que não existe dinheiro público, mas sim dinheiro dos pagadores de impostos e esses pagadores, a população, desejam ver bem aplicado o seu dinheiro.
Ao mesmo tempo em que o empresário de Joinville se vê num dilema com a fiscalização fora de época,e de propósito, dos militares, metade das cidades catarinenses, pelo menos, segue desassistida de serviços de Bombeiros, que parecem mais preocupados em faturar com multas em Joinville, ao invés de universalizar um serviço indispensável, em toda a Santa Catarina.